Foragido acusado de execuções, PM ‘Sem Alma’ pode ser expulso da corporação

Um procedimento administrativo foi instaurado pela Corregedoria. Polícia apura se novo ‘escritório do crime’ chefiado por Sem Alma está ligado a cinco execuções. Cartaz do Disque Denúncia pede informações sobre o PM Rafael Dutra, o ‘Sem Alma’
Divulgação
O policial militar do 15º BPM (Duque de Caxias) apontado como chefe de um grupo de extermínio pode ser expulso da corporação. Um processo disciplinar administrativo foi aberto pela 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (3ª DPJM) e pode terminar com a exoneração de Rafael do Nascimento Dutra.
Conhecido como Sem Alma, devido à crueldade de seus crimes, segundo a polícia, ele estava afastado do trabalho por motivos de saúde. Após investigações que o colocam como chefe da quadrilha investigada por ao menos cinco execuções, agora é considerado foragido e deveria se apresentar à corporação, mas não o fez.
O procedimento que foi aberto pela 3ª DPJM, que é subordinada à Corregedoria, pode resultar na expulsão de Rafael dos quadros da corporação.
A Polícia Civil foi até a casa do policial nessa terça-feira (18), mas ele deixou o lugar às pressas. Até o cachorro ficou para trás na fuga.
GPS em vítimas
Investigadores da Polícia Civil descobriram que Sem Alma usou um GPS para rastrear uma das vítimas.
A vítima é o inspetor penal Bruno Kilier da Conceição Fernandes, assassinado no mês passado, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Homens armados de fuzil esperaram ele sair do carro e atiraram.
A polícia encontrou numa das caixas de roda do carro do inspetor um aparelho de GPS.
Os investigadores analisaram o histórico do aparelho e descobriram que o endereço que estava na memória era de um depósito bebidas que fica em Duque de Caxias e pertence ao PM Rafael Dutra.
O policial ganhou o apelido de Sem Alma devido ao seu comportamento cruel.
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Aparelho de GPS que teria sido usado para rastrear vítima
Reprodução/TV Globo
Novo ‘escritório do crime’
A investigação que revelou Sem Alma como chefe de um novo ”escritório do crime” começou a partir do assassinato do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, em novembro do ano passado na Favela do Guarda, em Del Castilho, na Zona Norte.
A polícia descobriu que para chegar ao miliciano, que andava sempre com seguranças, o policial planejou a morte durante um ano. Ele usou câmeras e até um drone para monitorar a rotina dele.
Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como Sem Alma
Reprodução/TV Globo
Os investigadores dizem que uma perícia feita nos fuzis usados nesse assassinato revelou que as armas também foram utilizadas em pelo menos outros dois crimes.
Contra ele foi expedido um mandado de prisão, pela 1ª Vara Criminal da Comarca da Capital, pelo crime de Homicídio Qualificado (artigo 121, § 2º CP), com pedido de prisão preventiva. 
O Disque Denúncia pede informações sobre o suspeito. O anonimato é garantido.
Canais do Disque Denúncia
Central de atendimento: (021) – 2253 1177 ou 0300-253-1177
WhatsApp Anonimizado: (021) – 2253-1177 (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa)
Aplicativo: Disque Denúncia RJ

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