O rock ‘n’ roll faz a cabeça de todas as idades e a prova disso foi o sucesso da terceira edição do Mundial Rock. O festival promovido pelo Grupo ND reuniu milhares de pessoas, entre crianças, adolescentes, trintões, quarentões e a terceira idade.
Cerca de 60 mil pessoas prestigiaram o Mundial Rock 2023 – Foto: Leo Munhoz/ND
Foi assim nos dois dias de evento, no último fim de semana, em São José. No sábado, covers de Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden e System of a Down. Destaque também para a banda Angra, um dos maiores nomes do heavy metal brasileiro.
No domingo, mais nostalgia, a exemplo dos covers de Queen, The Beatles e Charlie Brown Jr. Fechando o evento, a mescla de música erudita e rock, com a apresentação do Rock Camerata. Um evento voltado a famílias, incluindo pets, amplamente elogiado pelo público pela estrutura e qualidade musical.
O bombeiro militar Edson Luis Wagner, 38, aproveitou os dois dias do evento. Morador do bairro Areias, em São José, curtiu o Mundial Rock pela primeira vez.
Edson Luis e o mais novo rockeiro de São José, Lucas Wagner – Foto: Leo Munhoz/ND
“Muito bom, organizado, fácil acesso, espaço amplo, com infraestrutura”, disse Wagner, que é fã de Angra, Iron Maiden e Dream Theater. “Vim ver Angra. Muito legal. O show deles é demais, já assisti outros. O especial do Iron Maiden também gostei bastante”.
Wagner foi ao evento sozinho no sábado, viu diversas crianças e resolveu levar o pequeno rockeiro Lucas, de seis anos, para curtir as apresentações de domingo, além da mulher, a contadora Ana Paula Marian Wagner, 34, também fã de Dream Theater, Iron Maiden.
Wagner espera que o evento seja mantido nos próximos anos. “São José precisa de um evento assim, tem potencial para ser referência no Estado. Até me admirei sábado, porque achei que teria 10 mil, 15 mil pessoas, mas bateu 30 mil e fico feliz que o público tenha essa aceitação do rock hoje em dia. Queremos ficar até o final, porque tem tudo aqui, água, banheiro, alimentação”, disse.
A professora Atamis Saporski, 45, e o gerente de operações André Eduardo, 44, vivem há seis meses em São José, no bairro Flor de Nápolis. De Curitiba, o casal foi pela primeira vez ao evento e também aprovou.
“Muito legal! Foi uma surpresa, não esperávamos essa estrutura, tanto para alimentação quanto higiene. As bandas com uma qualidade sensacional. Gostamos tanto no sábado (a gente não ia voltar domingo), mas voltamos”, disse Atamis.
Atamis e André – Foto: Leo Munhoz/ND
O casal curtiu sete horas de evento no sábado e, mesmo após a exaustão, voltou no domingo por dois motivos: assistir ao cover do Queen e à apresentação da Camerata. “Acho que vai ser uma mistura muito legal”, disse Atamis, que se encantou, também, pelo show de Fê Smania, que abriu o festival sábado: “voz sensacional”, elogiou.
André, por sua vez, foi surpreendido pela qualidade das apresentações especiais. “Rola um pouco de preconceito quando a programação tem muito cover, mas a surpresa foi absurda. A estrutura muito melhor do que a gente imaginou, por ser um show gratuito”.
A terceira idade também marcou presença no Mundial Rock 2023 – Foto: Leo Munhoz/ND
Ele deixou apenas uma sugestão para as próximas edições: “uma banda mais conhecida para fechar. Mas muito legal, não deve nada para nenhum festival grande do eixo Rio-São Paulo”.
Por mais eventos como este
O analista DevOps Carlos Eduardo Botelho, 23, não teve oportunidade de ver a banda Charlie Brown ao vivo antes das mortes de Chorão e Champignon em 2013.
Banda Jah Eh, cover de Charlie Brown Jr – Foto: Leo Munhoz/ND
O jovem conheceu as músicas da banda de Santos (SP) recentemente e gostou do ritmo e das letras. Entre as favoritas, a música “Dias de Luta e Dias de Glória”. Morador de Palhoça, foi ao evento apenas domingo com um grupo de amigos e se surpreendeu pelo volume de gente.
O técnico em informática Oscar Ramon Gonzales, 45, é do Paraguai, mas mora há bastante tempo no Brasil. Ele foi ao evento com a mulher, duas filhas e a nora.
Fanático por rock, curte principalmente as bandas estrangeiras Guns N’ Roses, Metallica e as nacionais Sepultura e Charlie Brown. Foi mais um que elogiou a estrutura do evento.
Oscar Ramon e família , com o lendário Darth Vader – Foto: Leo Munhoz/ND
“Tudo que a gente precisa encontra aqui, tanto em gastronomia quanto em bebidas, além dos shows”, comentou Oscar, desejando que a cidade tenha mais eventos assim, com rock.
O produtor Daniel Cozer, da Cozer Produções, que organizou o Mundial Rock, celebrou a lotação máxima de 30 mil pessoas sábado. “Tudo aconteceu perfeitamente, muitas famílias, dias muito bonitos”, registrou Cozer.
Essa foi a terceira edição do evento, que começou em 2019, foi interrompido por dois anos por causa da pandemia e retornou ano passado. A edição deste ano foi a de maior público.
Para fazer tudo dar certo, uma equipe trabalhou há pelo menos seis meses antes do evento. No fim de semana do festival, 600 pessoas trabalharam para fazer tudo acontecer da melhor forma.
Segundo Cozer, o Mundial Rock está dando certo porque não é só música. “A música é o principal, mas temos muito entretenimento. Praça de alimentação, cerveja artesanal, parede de escalada, tatuagem, loja. E, quanto à música, se engana quem acha que o rock morreu”, disse Cozer. Outro diferencial foi a possibilidade de levar pets e crianças.
Kiss no Mundial Rock 2023 – Foto: Leo Munhoz/ND
“Um evento para a família. É difícil um evento desse porte que pode levar criança pequena, então, foi outra coisa bacana do Mundial Rock”. Para Cozer, o maior orgulho, entretanto, é ver a quantidade de famílias. “Você vê avó, filha e neta de mãos dadas, o cachorrinho junto. Isso deixa a gente muito feliz”.
Entre os que resolveram levar o pet para o rock ‘n’ roll, estava o empreendedor Marcos André da Silva Lira, 37. Morador de Fortaleza (CE), ele está de férias em Santa Catarina, com a mulher Mara, a filha Suyanne, e o pet Max.
O pet Max e o dono Marcos, de Fortaleza (CE) – Foto: Leo Munhoz/ND
Fã de rock nacional, a exemplo de CPM22, Charlie Brown e Raimundos, disse que levou o pet para o evento porque sabe que em Santa Catarina existe uma cultura mais acolhedora com os animais.
Segundo ele, na região onde mora, não é assim. Mara tem uma percepção parecida: “Aqui tem todo um cuidado em inserir os pets nos ambientes. Onde fomos ele sempre é bem tratado e bem recebido. E ele fica super à vontade”, comentou.