O metalúrgico José Robusto sofreu o décimo acidente grave de sua vida

José Claudecir Robusto, natural de Erechim (RS), está com 57 anos. Chegou em Beltrão em 1995. Desde criança, sua profissão sempre foi a de metalúrgico. Ele é conhecido na cidade por seu Zé. Em sua vida, já sofreu dez acidentes, todos graves. Houve outras situações em que se machucou, mas como foram pequenas lesões, não relacionou. Seu Zé é digno de seu sobrenome — Robusto —, porque sobreviveu a dez acidentes e está tudo bem com ele.
Seu décimo acidente aconteceu dia 16, sexta-feira da semana retrasada. Levantou às 5h30, como de costume, foi fazer seus exercícios na Academia Oxigênio. Quando terminou, pegou sua Fiorino e foi até a casa da namorada, Lurdes Machado, que reside no Bairro da Cango. Foi lá para cortar os galhos das árvores de rua que foram desbastadas da frente da casa. A programação de seu Zé era fazer o trabalho, almoçar com a namorada e, à tarde, ir na consulta agendada com um oftalmologista.

Para fazer o corte dos galhos, levou sua lixadeira, que usa para cortar as ferragens de suas obras. É um objeto muito potente e perigoso. O jeito certo de utilizá-la é segurando-a com as duas mãos. Seu Zé tirou o disco de corte para ferro e pôs um de cortar madeira. Com uma mão, ele segurava a lixadeira e com a outra o galho. Ele já estava finalizando o trabalho quando a lixadeira ficou presa em um dos galhos. Ele acelerou um pouco mais e quando o equipamento se desprendeu, deu um salto e atingiu sua mão esquerda. O corte foi muito profundo, saía muito sangue e cortou uma artéria.

Segundo seu Zé, a dor foi insuportável e, por milímetros, sua mão não foi arrancada. Imediatamente, ele foi socorrido pela vizinha da Lurdes, Grasiela Nunes Vieira, esposa do dr. Fábio, que é clínico-geral do Hospital Regional. A sorte foi que eles estavam a apenas quatro quadras do Hospital São Francisco. Ali, ele foi atendido na hora e, após os procedimentos, foi transferido para o Hospital Regional, onde a dra. Nádia realizou a cirurgia. Foram feitos mais de 20 pontos.

Seu Zé só teve alta do hospital no domingo de manhã cedo. Ele está se recuperando bem, todos os dias faz curativos no posto de saúde do Bairro Jardim Seminário, onde mora. A próxima consulta está agendada para o dia 7 de julho com a dra. Nádia. Seu Zé ainda não tem ideia da gravidade que o ferimento causou, mas não vê a hora de voltar a trabalhar, pois tem bastante serviço programado. Ele até já entrou em contato com o fisioterapeuta Fabiano Girardi, que, assim que puder, quer iniciar as fisioterapias. Seu Zé agradece a Grasiela e às duas unidades de saúde pelo ótimo atendimento que recebeu.

Primeiro acidente: Foi em 1993, quando seu Zé estava construindo uma obra em Palmas. Ele recebeu um choque da extensão da furadeira elétrica, desequilibrou-se e caiu de uma altura de 10 metros. Quebrou os dois braços, a boca e a cabeça. Levou um ano para voltar a trabalhar.

Segundo acidente: Foi em 1999, quando capotou um Chevette próximo ao Detran de Beltrão. Caiu em um barranco, destruiu o carro, quebrou a boca e bateu fortemente a cabeça. Ficou três dias na UTI e levou quatro meses para se recuperar.

Terceiro acidente: Aconteceu em fevereiro de 2002, quando estava fazendo uma reforma no Colégio Nossa Senhora da Glória, em Beltrão. Não percebeu e amarrou o cinto de segurança em uma ferragem comprometida, que se rompeu. Ele caiu de uma altura de 6 metros, bateu a nuca no chão, machucou a cabeça e a coluna. Levou 6 meses para se recuperar.

Quarto acidente: Foi em julho de 2004, quando teve que tombar um caminhão que ficou sem freio, carregado com materiais de construção. O veículo era de cabine dupla e estavam cinco pessoas dentro, incluindo seu filho Alisson. Seu Zé novamente bateu a cabeça e desmaiou, levou uma semana para se recuperar, mas os outros ocupantes não se machucaram.

Quinto acidente: Foi em setembro de 2010, quando caiu novamente de uma altura de 6 metros. Estava construindo um moinho em Marmeleiro e, sem perceber, cortou o cinto de segurança que o prendia com a lixadeira. Bateu a cabeça e levou 15 dias para se recuperar. Seu Zé brinca dizendo “naquelas alturas, minha cabeça já estava calejada”.

Sexto acidente: Aconteceu em janeiro de 2011. Seu Zé estava trocando a cobertura da Empresa Flessak, de Beltrão, quando se sentiu mal e sofreu um AVC. Soltou o cinto de segurança e caiu de uma altura de 12 metros, ficando 15 dias na UTI. Ele considera esse o acidente mais grave de todos, pois sua memória só voltou após 90 dias, e ficou um ano sem trabalhar.

Sétimo acidente: Foi em 2015, quando estava levando a filha Amanda para matricular-se no Colégio Agrícola, que na época ficava na comunidade Vila Lobos. Capotou um Kadett e o carro ficou destruído. Bateu a cabeça e ficou dois dias internado, mas a Amanda não se feriu.

Oitavo acidente: Foi em 2017, quando estava levando Adilson Cardoso, pai do jogador Cristian do Atlético, e sua filha Dandara para Curitiba. Ao realizar uma ultrapassagem, devido a buracos na pista perdeu o controle e capotou o veículo, também ficando destruído. Nessa vez, também bateu levemente a cabeça, mas os outros ocupantes não sofreram nenhum ferimento.

Nono acidente: Aconteceu em 3 de março de 2018. Seu Zé estava construindo um barracão para Valmir Rossi, na Comunidade de Seção São Miguel, trabalhando sem o cinto de segurança. Ao se desequilibrar, caiu de uma altura de 6 metros, rompendo uma membrana do coração e afetando o pulmão. Foi levado às pressas para fazer uma cirurgia cardíaca em Pato Branco, sofrendo quatro paradas cardíacas e ficando dois dias na UTI.
Mesmo depois de passar por todas essas situações, seu Zé vive uma vida normal e não possui nenhuma sequela. Ele é uma pessoa muito religiosa. Seus amigos, ao comentarem sobre os acidentes, brincam com seu Zé e dizem que Deus é muito seu amigo — ou não vai com a sua cara.

O post O metalúrgico José Robusto sofreu o décimo acidente grave de sua vida apareceu primeiro em Jornal de Beltrão.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.