Renata Lo Prete: eleições municipais serão o 1º termômetro de Bolsonaro inelegível como cabo eleitoral

O TSE condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Com a decisão, a Corte declarou o ex-presidente inelegível por oito anos, até 2030. Lo Prete: eleições municipais serão o 1º termômetro de Bolsonaro inelegível como cabo eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nesta sexta-feira (30). Com a decisão, a Corte declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, até 2030. Para Renata Lo Prete, as eleições municipais serão termômetro para 2026.
“Antes de 2026, tem 2024. A disputa do ano que vem, pelas prefeituras, vai ser o primeiro teste do Bolsonaro inelegível como cabo eleitoral, um indicativo do tamanho da força que ele ainda tem”, analisa.
O julgamento começou em 22 de junho e terminou nesta sexta, na quarta sessão. Mesmo com recursos ainda possíveis ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão da Justiça Eleitoral já está valendo.
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“O desfecho desse julgamento é boa oportunidade para lembrar que existem a esfera eleitoral e a esfera política, e que elas nem sempre andam juntas”, avalia a jornalista.
Bolsonaro foi condenado pela realização de uma reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, na qual difamou sem provas o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, ocorrido em julho de 2022, foi transmitido pela TV oficial do governo.
“Do jogo eleitoral, como participante direto, Bolsonaro está fora. É difícil imaginar, por um bom tempo, um ambiente jurídico inclinado a reverter essa realidade, ou apoio suficiente para mudá-la no Congresso, pela via legislativa.
Com o resultado do julgamento, deputados aliados de Jair Bolsonaro protocolaram nesta sexta-feira um projeto que pretende anistiar o ex-presidente.
Renata Lo Prete analisa que, apesar do movimento, aliados do ex-presidente também têm interesse em um Bolsonaro fora do jogo.
“Alguns aliados andam levantando a bandeira da anistia, mas a verdade é que, com poucas exceções, a esse campo, interessa mais ter o nome de Bolsonaro fora da urna. Porque, na esfera política, ele continua vivo e capaz de transferir votos”, diz.
“Há muita especulação no momento sobre quem tem mais chance de substituí-lo na disputa presidencial. Uma conversa que atrai atenção, mas muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte”, completa.

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