Economia circular é muito mais do que uma moda

Modelo de produção e consumo ganha cada vez mais adeptos no país Dois estudos sobre economia circular atestam que a implantação desse modelo de negócio vem ganhando cada vez mais terreno no Brasil. A economia circular nada mais é do que um modelo de produção e consumo que envolve a reutilização, reparação, renovação e reciclagem de produtos, no lugar do simples descarte.
Dessa maneira, o ciclo de vida dos bens de consumo é aumentado, diminuindo a quantidade de resíduos e promovendo o uso mais consciente dos recursos naturais, o que contribui para a preservação do meio ambiente.
A economia circular está presente em diversos setores, desde a compra e venda de roupas em brechós até a utilização de embalagens retornáveis, por exemplo.
O primeiro estudo, de acordo com o Instituto Devolver, organização sem fins lucrativos que apoia mais de 22 mil crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, tem como objetivo ajudar a quem deseja começar a inserir esse tipo de economia na rotina.
Como na Economia circular, os materiais são aproveitados em cadeia de forma cíclica e os recursos naturais são valorizados em todas as etapas produtivas, o objetivo é reduzir sua extração e ampliar sua disponibilidade. Potencializando assim as condições de reversão dos danos ambientais, como o aquecimento global e a poluição, por exemplo.
Outro documento, intitulado “Economia Circular: oportunidades e desafios”, elaborado e publicado pela CNI, também elenca e explica algumas motivações para a transição para a economia circular. A escassez dos produtos gerada pelo modelo linear é um dos principais exemplos.
Iniciativas como feiras de startups e negócios ajudam a incentivar ações de economia circular em instituições de ensino
Uniopet
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que, no Brasil, a cada ano mais de R $8 bilhões em materiais vão para aterros e lixões em vez de serem reciclados. Esse é um cenário que pode ser revertido com a adoção da economia circular, trazendo maior benefício para a sociedade.
“O modelo, por sua vez, traz grandes oportunidades estratégicas, trazendo uma melhora nos custos dos produtos, bem como um baixo risco de fornecimento. Outro benefício a ser destacado é a melhora na relação com os clientes, o engajamento das partes, podendo assim, gerar uma melhor competitividade. Torna-se primordial e necessário a conservação do capital natural e atividades sustentáveis, que gera ganho de valor na imagem da empresa”, avalia a professora Silmara C.Kowalski, do curso de Administração e Ciências Contábeis do UniOpet.
O modelo de economia circular, aliado à tecnologia, permite controlar os estoques finitos e equilibrar os recursos renováveis das empresas, propiciando sistemas industriais integrados, restaurativos e regenerativos.
No Brasil, foi implementada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma lei (Lei nº 12.305/10) que organiza a forma como o país lida com o lixo, exigindo dos setores transparência no gerenciamento de seus resíduos.
Mais de 88% dos empresários avaliam a economia circular como muito importante para a indústria brasileira, segundo dados da CNI
Assim, todos os envolvidos no ciclo produtivo se tornam responsáveis pela diminuição dos resíduos sólidos e pela adoção de práticas mais sustentáveis. Dados da CNI de 2019 revelam que, no Brasil, 76% das empresas já desenvolvem alguma iniciativa de economia circular. Práticas como reuso de água, reciclagem de materiais e logística reversa são as principais implementações no país.
“A Economia circular visa redesenhar, repensar, produzir e comercializar produtos para garantir o uso e a recuperação inteligente dos recursos naturais. Esta prática visa uma nova maneira de se priorizar o relacionamento entre a sociedade e os recursos naturais, com o objetivo da sua melhor preservação para as gerações futuras”, comenta a professora.
A mesma pesquisa revela que mais de 88% dos empresários avaliam a economia circular como muito importante para a indústria brasileira. A sustentabilidade e a valorização dos recursos naturais resultam em melhores condições de saúde aos seres humanos. Assim, há benefícios para o ambiente, para o crescimento econômico e para a população. Confira:
Redução de custos
Este é, sem dúvidas, o fator principal para as empresas, que normalmente gastam altos valores para enviar resíduos aos aterros com a utilização da economia circular, é possível reduzir este custo. Além disso, o consumidor também consegue economizar quando compra produtos reutilizados e/ou reciclados, já que costumam ser mais baratos e com a mesma qualidade.
Menor emissão de gases do efeito estufa
O aumento de gases de efeito estufa na atmosfera, devido às atividades humanas ligadas à indústria, agropecuária e desmatamento, e o crescimento do uso dos transportes são os principais causadores do aquecimento global. Ao colocar em prática a economia circular, é possível diminuir a emissão de gases do efeito estufa, já que será reduzida a quantidade de resíduos enviados aos aterros sanitários.
Valorização da marca
As empresas que colocam em prática a economia circular conseguem ter uma valorização institucional da sua marca, atraindo investidores e consumidores que prezam pela consciência ambiental.
Desenvolvimento Econômico Sustentável
Com a redução de extração de recursos naturais, é possível ter um desenvolvimento econômico mais sustentável e que, ao mesmo tempo, gere novos modelos de negócio, com mais oportunidades, competitividade e geração de empregos. Isso é feito, por exemplo, quando grandes empresas criam novos produtos e tecnologias, como rações feitas a partir de restos de crustáceos e amaciantes produzidos com resíduos das indústrias de cosméticos.

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