Assessor de Zelensky compara Crimeia a Amazônia em crítica a Lula

O assessor da presidência da Ucrânia para assuntos da América Latina, Ruslan Spirin, criticou nesta 5ª feira (11.mai.2023) as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito da guerra. Segundo ele, entregar territórios ucranianos é algo fora de cogitação, e os Estados Unidos e a União Europeia estão defendendo o país e não incentivando o conflito, como chegou a defender o petista.

Em 6 de abril, Lula sugeriu que a Ucrânia cedesse a Crimeia para a Rússia a fim de encerrar a guerra. A Crimeia é um território ucraniano anexado pelos russos em 2014 depois de uma ocupação militar. Ruslan Spirin rechaçou a declaração e, de forma a ilustrar a crítica, questionou se Lula abriria mão da Amazônia para encerrar um eventual conflito com nações estrangeiras.  

Formulário de cadastro

“Eles [EUA e UE] estão defendendo nosso país. Eles têm direitos, não estão atacando a Rússia. Estão nos defendendo da mesma forma que poderiam defender o Brasil contra qualquer inimigo, se alguém quisesse conquistar o território do Brasil. O que vocês achariam, por exemplo, se a Amazônia fosse ocupada? E surgisse alguém dizendo: por que não deixar assim mesmo? Por que vocês não deixam [o território invadido] para essas pessoas? É para terminar a guerra!”, disse o assessor à CNN.

Na 4ª feira (10.mai) o assessor especial do presidente Lula, Celso Amorim, se reuniu com integrantes do governo ucraniano em Kiev. Sobre a reunião, Ruslan Spirin afirmou que a ida de Amorim ao país foi importante e que o “clube da paz” proposto por Lula -grupo de países disposto a mediar o conflito- pode funcionar. 

Declarações de Lula

Em abril, Lula se colocou de forma completamente oposta à adotada pelos Estados Unidos e por países europeus integrantes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre as razões para a guerra.

Em entrevista durante escala nos Emirados Árabes Unidos, na sua viagem de volta da China, o petista disse: “A decisão da guerra foi tomada por 2 países”. Depois deste episódio, o presidente sofreu forte cobrança dos EUA e de integrantes da União Europeia para se retratar.

Em almoço com o presidente da Romênia, Klaus Iohannis, em 18 de abril, Lula mudou o discurso e disse condenar a violação territorial da Ucrânia.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.