Médicos da Santa Casa de Araçatuba paralisam atendimentos eletivos

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Profissionais terceirizados alegam que estão sem receber salário desde janeiro deste ano. Hospital reconhece problema. Médicos da Santa Casa de Araçatuba paralisam atendimentos por atraso de salários
Santa Casa/Divulgação
Cerca de 50 médicos terceirizados que atuam na Santa Casa de Araçatuba (SP) iniciaram uma paralisação. Os profissionais alegam que estão sem receber salário desde janeiro deste ano.
Contratado para representar o grupo, o advogado Claudinei Göttems explica que os clientes pararam de fazer atendimentos eletivos, ou seja, aqueles que não são de urgência e emergência. Por conta da situação, novos procedimentos deixaram de ser agendados.
“Os médicos têm uma grande preocupação para não prejudicar a população. Desde novembro tentamos conversar com a Santa Casa, mas não surtiu efeito. Mesmo após a Santa Casa ser notificada, ninguém nos procurou”, disse.
Na quinta-feira (4), uma reunião será feita para decidir se na próxima semana será rescindido o contrato ou se haverá manutenção dos atendimentos de urgência e emergência, ainda conforme o advogado.
“Se os médicos optarem por rescindir o contrato, a partir de semana que vem não haverá nenhum tipo de atendimento”, diz Claudinei.
Na última sexta-feira (28), a Santa Casa de Araçatuba informou, por meio de nota, que reconhece que tem débitos com os médicos e empresas que prestam serviços ao hospital. Também disse que a existência desse débito já havia sido admitida pela diretoria em um manifesto público veiculado pela imprensa no final do mês de fevereiro, ocasião em que foram anunciadas medidas de um plano de contingenciamento adotado para evitar um colapso nos atendimentos.
“Ainda que reconheça que possui pendências financeiras com os profissionais médicos e empresas prestadoras de serviços, a diretoria do hospital informa que não procede a informação de que os profissionais e empresas estão sem receber há seis meses”, alegou em nota.
Segundo o administrador da Santa Casa de Araçatuba, Luiz Otávio Barbosa Vianna, houve, no final do ano passado, um desencontro no repasse de verbas públicas, o que causou um desencaixe importante no fluxo de caixa do hospital.
“A partir daí tivemos alguns atrasos. Profissionais não receberam parte de janeiro. Fevereiro e março também continuam em aberto”, diz.
Ainda conforme o administrador, desde que o problema com o repasse de verbas foi detectado, o hospital fez reuniões para tentar reverter a situação.
“Nessas oportunidades estávamos baseados em informações de que receberíamos essas verbas. Acabamos assumindo um compromisso, mas não aconteceu. Para não gerar desconforto, não temos feito contato porque não temos uma data precisa”, afirma.
Apesar da paralisação, as cirurgias que já estavam programadas ocorrem normalmente.
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