O que os reféns da rodoviária contaram à polícia

o-que-os-refens-da-rodoviaria-contaram-a-policia


Bom Dia Rio teve acesso às 163 páginas de depoimentos das vítimas de Paulo Sérgio de Lima. Os passageiros mantidos reféns por Paulo Sérgio de Lima na última terça-feira (12) relataram à polícia que o sequestrador fez ameaças de morte, pediu dinheiro e até exigiu a presença da imprensa.
O Bom Dia Rio teve acesso às 163 páginas de depoimentos das vítimas.
Uma delas deu detalhes do início do episódio, quando, nas imagens do circuito interno do ônibus, Paulo Sérgio aparece entregando a arma para um passageiro.
De acordo com o depoimento, o sequestrador afirmou que a arma que tinha nas mãos era do passageiro, que negou e desceu. A testemunha diz que, logo depois, Paulo Sérgio fez disparos e ameaçou matar quem chegasse perto dele. Outro refém disse que Paulo Sérgio garantiu ter uma granada — a polícia só encontrou uma pistola.
Antes de anunciar o sequestro, Paulo Sérgio ‘se rende’ a um passageiro: criminoso achava que estava cercado
Reprodução/TV Globo
Uma vítima relatou ainda que, depois de atirar, Paulo Sérgio exigia a presença da imprensa, pedia dinheiro e dizia que seria morto pelos policiais caso se rendesse.
Uma mulher que foi usada como escudo e desceu do ônibus presa ao corpo do sequestrador falou que Paulo Sérgio repetia que iria morrer e que pedia para ela gritar dizendo que estava viva.
A passageira ainda relatou que Paulo Sérgio guardou algo dentro da mochila dela. Depois do resgate, a polícia descobriu que era um malote de dinheiro.
Já no fim do sequestro, Paulo usa braços de refém para tapar o rosto
Reprodução/TV Globo
O motorista do ônibus também foi ouvido pela polícia. Ele disse que saiu do coletivo para pedir ajuda da empresa depois de perceber um problema mecânico. Foi quando ouviu disparos e viu duas pessoas feridas: um homem de cabelo grisalho e um outro mais jovem que, segundo a polícia, era Bruno Lima da Costa.
Entre as vítimas ouvidas pela polícia também está o motorista de uma van assaltada por Paulo Sérgio 2 dias antes do sequestro ao ônibus, em São Conrado. A testemunha reconheceu o assaltante pelas imagens da prisão depois do sequestro e decidiu ir à delegacia prestar depoimento.
O motorista lembrou que, no domingo, Paulo Sérgio anunciou o assalto por volta das 22h30 e pediu para que todos ficassem calmos. Ele estava armado.
Além de um cordão de ouro, Paulo Sérgio levou dinheiro e celulares e ameaçou um dos passageiros da van antes de fugir em direção à Rocinha.
Os detalhes do sequestro na Rodoviária pelas câmeras do ônibus
Justiça mantém prisão de sequestrador
Nesta quinta-feira (14), a Justiça manteve a prisão de Paulo Sérgio e a converteu para preventiva.
O juiz Pedro Ivo Martins Caruso D’Ippolito argumentou na decisão que Paulo já tinha outras anotações criminais, como por roubo.
“Trata-se de reincidente. Inclusive, encontrava-se foragido do Sistema Penitenciário”, escreveu o magistrado.
Além disso, o juiz destaca que, no início da audiência, Paulo estava exaltado e agressivo com policiais penais que o conduziam para a sala das audiências. Para o juiz, o preso revela “elevada audácia e destemor”.
Durante a audiência de custódia, o advogado de Paulo Sérgio solicitou que seu cliente fosse levado a um presídio neutro por medo de represálias. O pedido foi aceito — o g1 apurou que Paulo Sérgio ficará em Bangu 1.
Paulo Sérgio de Lima, o homem que sequestrou um ônibus na Rodoviária do Rio e manteve 16 pessoas reféns por 3 horas
Reprodução/TV Globo
Adicionar aos favoritos o Link permanente.