Operação no RJ apreende 2 adolescentes suspeitos de cometer crimes violentos contra meninas na internet

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Investigadores definem os menores envolvidos no caso como ‘frios’ e ‘cruéis’. Segundo a polícia, eles usavam o aplicativo Discord – muito popular entre jovens – para a prática de violência e propagação de ódio. Polícia do Rio apreende dois menores suspeitos de cometer crimes na plataforma Discord
A Polícia Civil do Rio apreendeu dois menores suspeitos de cometer crimes na internet como estupro virtual e indução à automutilação. Eles agiam na plataforma Discord.
Frios e cruéis. Assim, os investigadores definem os menores envolvidos no caso. Um tem 14 anos e o outro, 17. Segundo a polícia, eles usavam o aplicativo Discord – muito popular entre jovens – para a prática de violência e propagação de ódio.
Os dois fazem parte de uma quadrilha suspeita de estupros virtuais, de convencer meninas a se automutilarem e a cometerem suicídio. Os agressores conseguem informações pessoais de crianças e adolescentes na internet e começam uma série de chantagens. Caso as tarefas não sejam cumpridas, prometem espalhar nudes, conversas comprometedoras e, até mesmo, criar dívidas em nome de parentes.
O menor de 17 apreendido nesta terça-feira (27) foi apontado pelos investigadores como um dos mais atuantes do bando. Ele disse, em depoimento, ter feito cerca de dez vítimas; que a primeira foi ameaçada e coagida a ligar a câmera, matar um gato ao vivo e logo em seguida abrir a barriga dele. Contou que um dos episódios durou aproximadamente três horas e que submeteu a vítima a diversas humilhações.
O jovem confessou que obrigava as vítimas a usar objetos cortantes para escrever o nome dele no corpo. Uma prática recorrente nas sessões.
O menor apreendido fez outros relatos. Tem informações de pelo menos 400 crianças e adolescentes vítimas em todo o país. Disse também que cerca de 200 agressores participam ativamente desses grupos.
A plataforma permite que as pessoas se comuniquem em transmissões ao vivo pela internet. Em uma delas, o menor reagiu com ironia quando uma menina ameaçou denunciá-lo à polícia.
“Eu quero que a web polícia venha atrás de mim e me coloque a web algema para me prender”.
“E fica aí o alerta para que os pais monitorem a permanência dos seus filhos nos seus quartos. E mais: observar o seu filho, olhar o braço, olhar a perna, ver se tem sinais de violência”, diz o delegado Luiz Henrique Marques.
O Discord disse que tem política de tolerância zero para atividades prejudiciais à sociedade; e que, nos últimos seis meses, removeu 98% das comunidades identificadas com abuso de crianças no Brasil.
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