Chefe do Grupo Wagner está exilado em Belarus

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O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado da Rússia, revelou bastidores das conversas para acabar com a rebelião do grupo mercenário. O chefe do grupo mercenário que se revoltou contra o governo russo chegou nesta terça-feira (27) a Belarus, onde está exilado. E o presidente do país aliado da Rússia revelou bastidores das conversas para acabar com a rebelião.
Chefe do Grupo Wagner está exilado em Belarus
Jornal Nacional/ Reprodução
Vladimir Putin desceu as escadas do Kremlin para um pronunciamento em frente aos militares e às forças de segurança. Entre eles, em posição discreta, estava Serguei Choigu, o ministro da Defesa que despertou a ira do Grupo paramilitar Wagner. O presidente disse que as tropas impediram uma guerra civil, agindo de forma clara e coerente.
“O povo e as Forças Armadas não estiveram ao lado dos insurgentes”, ressaltou Putin.
Ele pediu um minuto de silêncio em homenagem aos pilotos de helicóptero mortos pelo Grupo Wagner. O Kremlin anunciou que as acusações contra os mercenários que participaram da rebelião foram arquivadas.
Em seguida, em uma reunião aberta, Vladimir Putin voltou a comentar a rebelião. Rejeitou as queixas dos mercenários de que seu governo não estaria fornecendo equipamento a eles. Putin afirmou que o Grupo Wagner recebeu bastante dinheiro russo para atuar na Ucrânia – quase US$ 1 bilhão.
As últimas ações do governo russo demonstram o claro objetivo de desmobilizar o Grupo Wagner e desidratar a imagem de Yevgeny Prigozhin, que já foi amigo e chefe de cozinha de Putin.
O Ministério russo da Defesa disse que os mercenários se preparando para entregar os equipamentos militares. Eles devem se vincular às Forças Armadas ou se mandar para Belarus.
O presidente bielorrusso confirmou que Yevgeny Prigozhin já está no país, cumprindo o acordo de exílio prometido ao governo russo. Alexander Lukashenko, fiel aliado de Putin que ajudou a intermediar o fim do motim na Rússia, declarou que vai ficar de olho nos mercenários.
O ditador ainda contou os bastidores do motim de sábado (24). Ele disse em um pronunciamento:
“Eu sugeri ao Putin que não se apressasse. Eu disse vamos conversar com Prigozhin e os comandantes do Grupo Wagner”, contou.
Lukashenko diz que o presidente russo respondeu: “Não adianta, ele nem vai atender o telefone, não quer falar com ninguém”.
O ditador bielorrusso afirmou ainda que pediu cautela a Putin.
Quando finalmente conseguiu falar com o chefe dos mercenários, Lukashenko conta que ouviu uma enxurrada de palavrões. Aos berros, Prigozhin exigia que Putin lhe entregasse o ministro da Defesa, Serguei Choigu, e o comandante do Estado Maior, Valery Gerasimov – que, segundo ele, estariam cortando suprimentos ao grupo.
Lukashenko disse que respondeu: “Ninguém vai entregar o Choigu, o Gerasimov, nem ninguém. Você conhece o Putin melhor do que eu”.
Prigozhin continuava furioso: “Mas nós queremos justiça! Vamos marchar até Moscou!”.
Ao que Lukashenko diz que rebateu: “No meio do caminho, eles vão te esmagar como a um inseto”.
O presidente de Belarus falou que ele e Putin demoraram a agir diante da crise. Mas, como aliado, não podia ficar em cima do muro, porque se o governo russo cair, Belarus será enterrada debaixo dos destroços”, disse o ditador.
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