Saiba quem é Jean Lawand Junior, coronel do Exército ouvido pela CPI dos Atos Golpistas nesta terça

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Militar enviou no ano passado mensagens com teor golpista para Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Lawand se formou na AMAN em 1996 e é da arma de Artilharia. Jean Lawand Junior durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas nesta terça-feira (27)
Edilson Rodrigues/Agência Senado
O coronel do Exército Jean Lawand Junior prestou nesta terça-feira (27) depoimento à CPI dos Atos Golpistas.
Ele foi convocado depois que foram divulgadas mensagens com teor golpista enviadas pelo militar no ano passado tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
As mensagens constam de um relatório feito pela Polícia Federal sobre o celular de Mauro Cid. O aparelho foi apreendido em maio, quando Mauro Cid foi preso por suposta fraude em cartões de vacinação.
Carreira
Coronel da arma de Artilharia, Lawand atualmente exerce o cargo de supervisor do Programa Estratégico Astros, do Escritório de Projetos do Exército.
Ele se formou, em 1996, em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Tem pós-graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).
Entre 2017 e 2020, chefiou o 6º Comando de Mísseis e Foguetes. Antes, foi Oficial de Ligação do Exército na empresa Avibras Aerospacial.
Também exerceu o cargo de comandante do Corpo de Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP).
Em março de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro concedeu a ele a Ordem do Mérito Militar no grau de cavaleiro.
Recentemente, ele havia sido nomeado para um posto diplomático nos Estados Unidos, mas o ato foi suspenso após a divulgação das mensagens.
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Mensagens com Mauro Cid
O militar foi chamado a depor após a descoberta das conversas entre Lawand Junior e Cid. Essas mensagens constavam do celular do ex-ajudante de Bolsonaro, alvo de uma operação da Polícia Federal por suposta fraude no cartão de vacinas do ex-presidente, assessores e familiares.
Nas mensagens, Lawand propôs a Mauro Cid, ainda em 2022, que Bolsonaro atuasse para que Forças Armadas impedissem posse de Lula (PT).
“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, afirmou Lawand Júnior em um áudio a Cid, em 1º de dezembro de 2022.
Em outra mensagem, em 10 de dezembro do ano passado, Lawand enviou outra mensagem: “Cid pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, de Divisão pra baixo está”.
A última troca de mensagens entre os dois ocorreu no dia 21 de dezembro de 2022. Jean Lawand Junior escreveu: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos”. Cid respondeu: “Infelizmente”.
À CPI, Jean Lawand Junior negou ter falado em “golpe” de Estado. Ele também declarou que queria que Jair Bolsonaro desse uma declaração “apaziguar” país.
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Falas não representam ‘pensamento’ do Exército
Após a revelação das mensagens, o Exército divulgou uma nota em que diz que as conversas de Lawand com Cid não representam o “pensamento” do comando do Exército.
Na nota, o Exército também diz que medidas administrativas “cabíveis” já estão sendo tomadas pela instituição. Entretanto, a Força não detalha quais providências adotou.

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