Motorista de caminhão desgovernado que matou motociclista em Londrina presta depoimento à polícia


Condutor alegou falha mecânica no freio do veículo. Vítima tinha 58 anos e fundou projeto social após morte do filho. Mulher morre após ser atingida por caminhão desgovernado no Centro de Londrina
A Polícia Civil ouviu nesta quinta-feira (11) o motorista do caminhão desgovernado que matou a motociclista Irene Santana, 58 anos. Ela morreu no local. O acidente aconteceu na segunda-feira (9), no centro de Londrina, norte do estado.
Imagens de câmeras de segurança mostram o veículo descendo a Avenida Rio de Janeiro, acertando a traseira de um carro e atropelando a vítima, cena que não é retratada no vídeo. Ela foi arrastada para debaixo do caminhão. Veja no vídeo acima.
Irene trabalhava em um projeto social que atende mais de 100 crianças da Vila Marízia, zona leste de Londrina. A iniciativa, chamada Projeto Lucas, foi fundada em 2016 após a morte do filho dela por causa um infarto.
O motorista, de 34 anos, preferiu não gravar entrevista porque está traumatizado. Segundo o delegado Vitor Dutra de Oliveira, que investiga o caso, ele explicou que não conseguiu acionar o freio pouco antes de descer a avenida.
“Ele também pôde detalhar de quem é a responsabilidade da manutenção do veículo. Pelo o que relatou, a transportadora que ele trabalha, dona do caminhão, contrata uma terceirizada para cuidar da conservação. Dependendo do que a perícia apontar, teremos que ouvir os representantes desta outra empresa”.
Irene Santana fundou projeto que leva o nome do filho dela, morto em 2015 por causa de um infarto
Reprodução/Projeto Lucas
De acordo com o delegado, o laudo pericial que vai mostrar se o freio do caminhão teve falha mecânica deve ser concluído entre 10 e 30 dias.
Depoimentos
Além do condutor, a Polícia Civil ouviu mais seis pessoas: o ajudante que estava com ele no caminhão, o motorista e a passageira do carro atingido e os primeiros policiais militares que chegaram no local do acidente.
Envolvidos em acidente no centro de Londrina são ouvidos pela polícia
Em entrevista à RPC, o ajudante Luan de Jesus Souza Figueiredo disse que ele e o motorista, após perceberem a falha no freio, tentaram parar o veículo.
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“Puxei o freio de mão, mas nada, e daí falei pra ele (motorista) jogar na traseira de algum carro. A gente nem viu a mulher (motociclista). Quando descemos, vimos ela debaixo do caminhão. Foi aí que entramos em pânico”.
Quem era a motociclista
Irene Santana trabalhava na zeladoria e também servia o lanche das crianças atendidas pelo Projeto Lucas. Elas recebem atividades de circo, boxe, canto, jiu-jitsu, reforço escolar, balé, judô, informática, inglês, violão e treino funcional.
O diretor do projeto, Jodson Gomes, contou ao g1 que Irene era conhecida pela alegria.
“Era uma mãe que acolhia a todos. Era assim que ela se via, como mãe de todos que por lá passaram. Será lembrada como uma mulher de fé, que poderia ter, diante da perda repentina do filho, viver amargurada. Mas buscou viver e ajudar todos que a cercavam com muito amor, disposição e alegria”.
Irene foi sepultada no Cemitério Municipal de Assis (SP).
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