Apoio à candidatura de Guilherme Boulos para a Prefeitura de SP será debatido. Partido dos Trabalhadores prometeu apoio ao PSOL na capital. Com foco no fortalecimento de alianças, o Partido dos Trabalhadores (PT) começa nesta terça-feira os trabalhos do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) para discutir as estratégias para as eleições municipais de 2024. A primeira reunião está marcada para as 16h, e o que for debatido deve ser levado posteriormente para o diretório nacional.
Composto por nove entre as principais lideranças da legenda, o encontro tem como foco identificar os possíveis nomes a serem lançados pelo PT e de partidos aliados para as prefeituras de capitais e grandes cidades do país. Serão realizadas diversas reuniões ao longo dos próximos meses.
Mesmo que não oficializada na pauta, o apoio à candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo deve ser um dos pontos discutidos pelo Grupo de Trabalho. Boulos conta que o PT manterá o apoio à sua candidatura, sem lançar um nome pelo partido, como declarado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Internamente, no entanto, ainda há divergência da legenda quanto ao nome de Boulos. Um deles é o deputado federal Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT. Em entrevistas ele declarou que o PT perde com a aliança e reclamou da falta de apoio do PSOL à pautas importantes no Congresso.
Durante a votação do arcabouço fiscal, deputados federais do PT provocaram parlamentares do PSOL de que eles estavam do mesmo lado do PL na votação. Parlamentares de São Paulo aproveitaram o episódio para
”queimar” o possível apoio do partido à candidatura de Guilherme Boulos.
O secretario-geral do PT, Henrique Fontana, afirma que a conversa sobre o apoio ao PSOL será definida futuramente, e que antes precisam trazer diretrizes para unificar o maior número possível de cidades na aliança de centro-esquerda e a esquerda que sustentam o governo Lula: a Federação PT, PCdoB e o PV, PSOL e Rede, e PSB e o PDT.
Fontana explicou ao blog que os resultados das eleições municipais serão fundamentais para fortalecer o partido e seus aliados no cenário nacional, considerando como adversários centrais o bolsonarismo e a extrema-direita.
As reuniões do Grupo de Trabalho Eleitoral serão coordenadas pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Entre os participantes estão também o ex-deputado Henrique Fontana (secretário-geral do partido) e Joaquim Soriano (secretário nacional de Assuntos Institucionais).
Tabuleiro
Além de Guilherme Boulos, outro nome cotado para as eleições de São Paulo é o da deputada Tabata Amaral (PSB). Já o atual prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) tem se colocado como opção de Centro e buscado reforçar o apoio de legendas com chances de lançar candidatos próprios, como o PL e União Brasil.
O prefeito tem se aproximado do ex-presidente Jair Bolsonaro e há articulações para que ele migre para o PL ou tenha como vice alguém da legenda. Já o comando do PL na capital paulista também já declarou apoio a Nunes e tem cargos na gestão do atual prefeito.
Com a desistência do deputado federal Ricardo Salles (PL) para concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2024, as indicações do senador Marcos Pontes (PL) e do deputado Kim Kataguiri (União Brasil) ganharam força como opções de candidatos de direita para a disputa.
O Movimento Brasil Livre (MBL) decidiu organizar eleições prévias entre seus membros para definir o nome que apoiará como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
A indicação de Kataguiri como nome da direita para a disputa tem ganhado força entre integrantes do MBL, mas o deputado Guto Zacarias, vice-líder do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), também é visto pelo movimento como um nome forte para a disputa, principalmente pelo seu engajamento com a militância e presença nas redes sociais.
