g1 TO faz 10 anos: Relembre os escândalos e fatos políticos que marcam a história do estado

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Nos últimos dez anos o estado viveu períodos de muita instabilidade política. Ocorreram renúncias, cassações, inúmeras investigações e algumas prisões de ex-governadores. Siqueira Campos, Marcelo Miranda, Moises Costa e Mauro Carlesse foram personagens da política nos últimos dez anos
Arte g1
Durante dez anos de existência o portal g1 Tocantins testemunhou e registrou os principais momentos políticos do estado mais novo do país. Foram renúncias e cassações, além de inúmeras investigações e algumas prisões de ex-governadores.
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Nesta reportagem especial relembre algumas das principais repercussões políticas do estado na última década:
Siqueira Campos renuncia ao seu quarto mandato
Siqueira Campos, ex-governador do Tocantins
Luciano Ribeiro/ATN
O ano era 2014. Siqueira Campos havia voltado ao poder em 2011 e estava no seu quarto mandato, mas decidiu abrir mão do cargo para que seu filho, Eduardo Siqueira Campos, pudesse concorrer ao governo nas eleições daquele ano. O vice-governador também renunciou e quem assumiu o cargo foi o presidente da Assembleia Legislativa, o então deputado Sandoval Cardoso, após uma votação indireta.
A previsão acabou não se concretizando: Eduardo Siqueira não concorreu ao governo e Sandoval, que era da base governista, acabou sendo derrotado por Marcelo Miranda, eleito para seu terceiro mandato.
Sandoval assume governo, perde eleição e é preso pela Polícia Federal
Sandoval deixa prisão acompanhado do advogado na noite desta sexta-feira
Elias Oliveira / Jornal do Tocantins
Em maio de 2014, Sandoval Cardoso foi escolhido para suceder a Siqueira Campos em uma eleição indireta, entre os membros da Assembleia Legislativa, e ficou aproximadamente oito meses à frente do governo do Tocantins.
Ele deixou o cargo em 1º de janeiro de 2015 após perder a eleição ordinária para Marcelo Miranda. Cerca de um ano depois, Sandoval virou alvo da Polícia Federal e foi preso, em cumprimento a mandado da Justiça, por suspeita de integrar um esquema de fraude em licitações.
A prisão aconteceu durante a operação Ápia, que teve várias fases e foi uma das maiores investigações do estado. Sandoval ficou poucos dias na cadeia e foi solto após pagar uma fiança de R$ 50 mil. A investigação segue tramitando na esfera judicial.
Marcelo Miranda tem mandato cassado e vai preso
Marcelo Miranda saindo da prisão em Palmas
ReproduçãoTV Anhanguera
Em 2018, Marcelo Miranda foi cassado pela segunda vez do cargo de governador do estado. O processo envolveu o uso de caixa dois durante a campanha de 2014 e começou após uma aeronave ser apreendida com R$ 500 mil em Goiás.
A cassação fez Miranda se tornar o único político da história do Brasil a ser eleito e perder o mandato de governador duas vezes.
No ano seguinte, Marcelo Miranda foi preso junto com o pai e o irmão em uma operação da Polícia Federal, sob a suspeita de ter fraudado licitações e desviado recursos públicos. Ele ficou quase cinco meses detido em uma cela do quartel da Polícia Militar, em Palmas, até conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso segue sendo analisado na Justiça.
Presidente da Assembleia assume governo… outra vez
Após a segunda cassação de Marcelo Miranda foi a vez de Mauro Carlese, então presidente da Assembleia Legislativa, assumir o governo do Tocantins. A votação, desta vez, foi por meio de uma eleição suplementar.
Antes de assumir o governo, Carlesse já tinha sido notícia ao protagonizar uma prisão inusitada por não pagar pensão alimentícia.
Deputado Mauro Carlesse mostra o gabinete onde está preso
Reprodução/TV Anhanguera
Anos antes, em 2015, ele ficou quase um mês preso em seu gabinete na Assembleia Legislativa, dormindo no sofá. Na época, ele se recusava a pagar uma pensão de R$ 50 mil e um retroativo de R$ 300 mil para a ex-esposa.
Prefeito encontrado morto em área de mata
Moisés Costa da Silva é prefeito de Miracema
Divulgação/Prefeitura de Miracema
O prefeito de Miracema do Tocantins, Moisés Costa da Silva, conhecido como Moisés da Sercon, foi encontrado morto em uma estrada rural em agosto de 2018. O político estava visitando uma cidade vizinha e foi encontrado dentro da própria caminhonete.
O caso se tornou um dos maiores crimes sem solução no estado. Ao longo dos últimos anos a família até contratou detetives particulares para tentar desvendar a morte. Em 2021, a Polícia Civil anunciou que prendeu um suspeito de envolvimento na morte. Só que o nome do suspeito não foi divulgado e o inquérito nunca foi concluído.
Prefeito da capital renuncia para tentar governo
Amastha discursou durante ato de renúncia
Nathália Henrique/TV Anhanguera
2018 foi um ano intenso na política do Tocantins com a cassação de Marcelo Miranda e duas eleições para o governo. Um dos personagens desse jogo político foi o então prefeito de Palmas, Carlos Amastha.
Colombiano naturalizado, ele teve uma ascensão quase meteórica passando de dono de shopping para prefeito de Palmas. Se reelegeu para o cargo, mas após cinco anos e três meses de mandato decidiu renunciar para tentar chegar ao Palácio Araguaia.
O plano falou. Na eleição suplementar de 2018 ele ficou em terceiro e nas eleições ordinárias ficou em segundo, mas bem longe do primeiro lugar.
Renúncia para fugir de impeachment
Mauro Carlesse governador do Tocantins afastado
Divulgação/Governo do Tocantins
Após vencer a eleição suplementar de 2018, Mauro Carlesse repetiu o feito e venceu a eleição ordinária do mesmo ano, dando início ao seu próprio mandato. O governo dele foi marcado por projetos polêmicos como a tentativa de fazer a concessão do Parque Estadual do Jalapão e investigações de esquemas de corrupção.
Carlesse acabou sendo afastado do cargo em outubro de 2021 após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em meio a um duas operações da Polícia Federal. Ele é investigado por montar um grupo de espionagem na Secretaria de Segurança Pública, interferir na Polícia Civil e mandar forjar um falso flagrante.
A outra investigação apura um suposto esquema de propina envolvendo o Plano de Assistência à Saúde dos Servidores do Tocantins (PlanSaúde). Em ambos os casos Carlesse virou réu e responde a ações criminais.
As investigações também início a um processo de impeachment na Assembleia Legislativa. O tema foi aprovado em primeiro turno na AL e antes da segunda votação Carlesse renunciou ao cargo.
Quem assumiu ao governo foi o vice, Wanderlei Barbosa, que também acabou se reelegendo em 2022 e segue no cargo.
Posse governador do Tocantins Wanderlei Barbosa
Ises Oliveira/AL-TO
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