Entenda por que pessoas entre 20 e 49 anos lideram casos de dengue em Campinas e veja raio-x por idade

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Relação está diretamente ligada à quantidade de pessoas neste intervalo de faixa etária. Registros somam 7.563 do total da cidade em 2024. A faixa etária com maior número de casos de dengue em Campinas (SP) é a de jovens entre 20 e 49 anos. De acordo com dados do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) da metrópole, do total de 13.842 registros da doença na cidade neste ano, 7.563, ou seja, 54,6%, são de pacientes com este intervalo de idade. Veja abaixo o raio-x:
10 – 19 anos: 1.522 casos
20 – 29 anos: 2.866
30 – 39 anos: 2.487
40 – 49 anos: 2.210
50 – 59 anos: 1.774
60 – 69 anos: 1.131
70 – 79 anos: 542
80 anos ou mais: 214
🔻 Mas, afinal, por que a faixa etária entre 20 e 49 anos lidera e quais são as particularidades que fazem determinadas idades registrarem um número maior de casos em comparação com outras?
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De acordo com Rodrigo Angerami, infectologista da prefeitura, a relação da quantidade de casos está diretamente ligada à quantidade de pessoas dentro de uma determinada faixa etária.
“Quando a gente analisa o número absoluto, a gente vê que o maior número está na faixa etária de 20 a 29 anos e isso tem uma relação com o maior número de pessoas na nossa pirâmide etária, mas é relevante mencionar que todas as faixas são acompanhadas. Considerando esse grande número de casos em uma faixa etária economicamente ativa há um impacto do ponto de vista da produção”, explicou.
Segundo o especialista, em relação à faixa etária, há elementos a serem analisados como por exemplo as situações de risco para idosos e crianças.
“Nós sabemos que crianças menores de dois anos e pessoas acima de 65 apresentam maior risco de complicações. A hidratação que precisa ser feita a crianças abaixo de 13 anos precisa ser customizada pela faixa de peso”, completou Angerami.
O número de casos de dengue confirmados de dengue em Campinas em 2024 é o quarto maior de toda a série histórica, segundo o painel de controle da doença da prefeitura. Após alta de 90% em um mês, a metrópole ultrapassou, no início de março, os registros ao longo de todo 2023. Neste ano, a cidade já registrou um óbito pela doença.
A projeção, de acordo com o Devisa, é que os casos cheguem à marca de 100 mil. Com isso, os números podem ultrapassar a maior epidemia de dengue da história, registrada em 2015, quando o a metrópole chegou a 65.754 casos e 22 mortes (confira mais detalhes no gráfico abaixo).
Casos confirmados de dengue em Campinas
O levantamento leva em consideração o período de 1º de janeiro até março desse ano. Um mês antes, a metrópole somava 4.298 confirmações da dengue. Isso significa que o número quase dobrou nesse período: foram 8.189 novos registros desde 2 de fevereiro. Os dados são atualizados diariamente no Painel Interativo de Arboviroses.
Casos por Centro de Saúde
A plataforma da prefeitura também detalha o número de casos por Centro de Saúde, o que permite compreender a incidência por bairro. Veja abaixo o número de casos entre os 10 mais recorrentes:
Jardim Eulina: 747
Jardim Aurélia: 434
Parque São Quirino: 389
Barão Geraldo: 345
Sousas: 337
Centro: 320
Taquaral: 297
Jardim São Bernardo: 292
Jardim Santo Antônio: 283
Vista Alegre: 281
Ações
A Secretaria de Saúde de Campinas informou que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais.
🏠 Visitas a imóveis: segundo a pasta, neste ano já foram visitados 24,5 mil imóveis em quatro mutirões, que buscam orientar a população e eliminar criadouros do Aedes aegypti, transmissor da doença.
📑 Ações multisetoriais: no fim de 2023, a administração municipal anunciou a criação de uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um site para divulgar informações. A cidade também passou a usar drones para identificar grandes criadouros em imóveis fechados ou abandonados.
✋ Mutirões: as ações começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril. As próximas datas são:
9 e 23 de março
6 de abril
Os locais serão definidos mais próximos de cada agenda, conforme situação epidemiológica verificada pela Saúde. Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Orientações à população
🌡 A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🚨 Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da pasta.
Veja algumas das medidas de prevenção:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, tem uma grande capacidade de adaptação.
CDC
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