Mulher afirma ter sido vítima de racismo após reclamar de atendimento em restaurante de clube e ser agredida

Caso aconteceu no Dia das Mães, em 14 de maio, na Área de Lazer Ciniro Massari, em Itápolis (SP). Vítima, que estava acompanhada dos quatro filhos, gravou a confusão. Mulher afirma ter sido vítima de racismo após reclamar de atendimento em restaurante de clube e ser agredida
Reprodução/Redes sociais
Uma mulher negra que foi agredida pela proprietária de um restaurante após reclamar do atendimento recebido no estabelecimento alega ter sido vítima de racismo. O caso foi registrado no dia 14 de maio, Dia das Mães, na Área de Lazer Ciniro Massari, em Itápolis, no interior de SP.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, Márcia Cristina Caixeta Xavier estava acompanhada dos quatro filhos para celebrar o Dia das Mães no local.
No relato à polícia, ela contou que realizou um pedido por volta das 13h, mas que após uma longa demora, foi reclamar com a proprietária do restaurante.
Em conversa com a cliente, a proprietária, identificada como Silvana Aparecida Geraldo, afirmou que “haviam muitos pedidos na frente” e que “ele [o pedido de Márcia] demoraria mais alguns minutos”.
Mulher afirma ter sido vítima de racismo após reclamar de atendimento em restaurante
Neste momento, Márcia começou a gravar vídeos para sua rede social, reclamando do atendimento recebido no restaurante. “São 16 horas e não tem mais ninguém, só sobrou a gente. Aí é o resto. Depois que acabou tudo, aí sobra a gente”, pontuou a cliente.
Ainda no vídeo postado por Márcia, é possível ver o início da discussão com a proprietária do local. “Sempre tem aquele que venha pra falar mal”, diz Silvana, enquanto também filma a situação. “Venha para falar mal? Eu é que fui mal atendida”, rebate Márcia.
uência, conforme registro policial, Márcia teria pedido um táxi para ir embora. Enquanto aguardava, a discussão continuou com a proprietária.
“Ela quer que eu saia, mas estou esperando meu táxi”. Neste momento, Silvana dá um tapa no celular da cliente e tem início uma série de agressões. No BO, a proprietária também diz ter sido agredida por Márcia. (Assista acima.)
Restaurante onde mulher negra foi agredida fica em clube em Itápolis (SP)
Redes sociais
Ao g1, Márcia disse que acredita que a demora no atendimento foi motivada por racismo. “Acho que teve uma discriminação, porque teve pessoas que chegaram depois de mim e receberam seu pedido antes, sendo que meu pedido era muito mais simples de ser feito”, conta.
A mulher conta que fez dois pedidos, um quando chegou ao restaurante, às 13h10, de porções, e outro às 14h15, do prato principal. O segundo pedido teria chegado à mesa às 16h10, quase 2h depois. Ela alega que os membros da família eram os únicos negros no restaurante naquele dia.
A briga entre as duas mulheres foi contida por membros da GCM (Guarda Civil Municipal) de Itápolis. O caso foi registrado como lesão corporal.
“Meus filhos não conseguiram comer depois que a proprietária foi na mesa gravar e me xingar. Eles ficaram constrangidos. Choraram ao me ver ser agredida, ficaram tremendo e com medo de eu ser presa, já que fui com a polícia e eles de táxi para casa”, diz.
O g1 entrou em contato com a proprietária do restaurante, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
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