Imagens inéditas mostram brasileiro acusado de matar ex-namorada na Austrália logo após o crime

Crime ocorreu em 2018, mas júri de Mário Marcelo Santoro foi remarcado para a próxima terça (20), no Rio de Janeiro; relembre o caso. Brasileiro acusado de matar namorada na Austrália vai ser julgado no Rio de Janeiro
Está marcado para a próxima terça-feira (20), no Rio de Janeiro, o julgamento do engenheiro Mário Marcelo Santoro, acusado de ter assassinado a ex-namorada Cecília Haddad na Austrália há cinco anos. O julgamento deveria ter acontecido em janeiro deste ano, mas o réu decidiu dispensar o advogado no mesmo dia do júri, o que obrigou o adiamento da sessão.
O Fantástico teve acesso a imagens inéditas de câmeras de segurança mostrando Mário Marcelo logo depois do crime, quando ele dirigiu um carro até um apartamento que havia alugado. No vídeo, é possível ver ele descalço e com os pés molhados.
Uma investigação minuciosa feita pela polícia da Austrália encontrou provas que ajudaram na prisão do suspeito – e o trabalho da perícia envolveu até mergulhadores. Veja na reportagem acima.
O crime
Cecília morreu aos 38 anos na Austrália, país que escolheu viver desde o ano 2000. O relacionamento com Mário Marcelo, no entanto, começou no réveillon de 2017, no Rio de Janeiro, quando ela veio passar alguns dias no Brasil.
Eles já haviam mantido um romance anteriormente e a nova relação durou cerca de um ano, quando amigos afirmaram que ela passou a sofrer violência psicológica. Em março de 2018, Cecília deu um basta no relacionamento, mas Mário Marcelo não aceitou o fim.
“Ele mentia muito para ela. Então, ela não tinha revelado para a gente as ameaças que ele fazia e a maneira com que ele a pressionava. Ele a torturava psicologicamente, mas isso tudo só foi revelado mais para frente. Semanas antes de ele matá-la”, conta o irmão de Cecília, João Haddad.
Uma amiga disse que nesse momento Cecília vivia em pânico, com medo de sair de casa e ir ao trabalho. Falou que Mário Marcelo até chegou a trocar de carro para continuar perseguindo a ex-namorada.
As investigações da polícia australiana revelam que Cecília foi assassinada na casa dela, em Sydney, no dia 28 de abril de 2018. Entenda a cronologia apontada pela investigação:
Cecília é morta por estrangulamento dentro de casa;
Mário Marcelo pegou o carro da vítima e levou o corpo até a beira de um rio;
amarrado a pesos, o corpo é jogado na água;
Mário Marcelo volta com o carro ao apartamento que havia alugado;
ele chega descalço, com os pés molhados e deixa pegadas;
o réu troca de roupa na lavanderia do prédio e sai com o carro de Cecília;
Mário Marcelo para o carro em uma estação de trem e abandona o veículo;
o acusado manda mensagens do telefone de Cecília se passando por ela para uma amiga e para a mãe da vítima, dizendo que iria “sumir por um tempo”.
Tanto a amiga como a mãe desconfiaram por causa da maneira de escrever, que não era compatível com as palavras usadas por Cecília. A suspeita é que Mário Marcelo tenha usado o dedo da vítima, já morta, para desbloquear o celular e mandar as mensagens.
A investigação australiana ainda encontrou um par de tênis na beira do rio, que era idêntico ao usado pelo brasileiro. O DNA encontrado nos sapatos também é compatível com amostras colhidas no apartamento dele.
O corpo de Cecília foi descoberto por remadores no dia seguinte. Duas horas depois, o principal suspeito já desembarcava no Brasil.
Prisão e julgamento
O brasileiro teve a prisão preventiva decretada em julho de 2018 e foi localizado na casa de um parente, no Rio de Janeiro. De lá, foi levado para o Complexo Penitenciário de Bangu, onde está até hoje.
A defesa de Mário
O novo advogado de Mário Marcelo preferiu não comentar a estratégia da defesa.
“Eu acredito, eu tenho convicção na tese que eu sustentarei perante o Conselho de sentença. A tese não é para ser antecipada. A tese é para ser debatida, pra ser exposta lá no dia do julgamento. Não se pode ter um culpado antes de se fazer um julgamento justo”, destaca Rubem Vianna.
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