Cadeira de rodas, violão: os pedidos de ajuda de moradores de rua no entorno da Estação da Luz, em SP

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No último episódio da série “Pra Onde, Brasil”, o Profissão Repórter também mostrou o chamado ‘fluxo’, a multidão de homens e mulheres que fumam a pedra de crack, dia e noite, no Centro. Por outro lado, é evidenciada a realidade de quem mora e trabalha no entorno da região. Cadeira de rodas, violão: os pedidos de ajuda de moradores de rua no entorno da Estação da Luz, em SP
Caco Barcellos e a equipe do Profissão Repórter registraram os pedidos de ajuda de moradores de rua no entorno da Estação da Luz, em São Paulo. O motorhome estacionou no fluxo da Cracolândia um dos maiores territórios de consumo de drogas do mundo – no último episódio da série “Pra Onde, Brasil”.
Dentre os pedidos, Leandro Martins relata que estava dormindo na rua e teve sua cadeira de rodas levada. Ele conta que foi atropelado por um ônibus. Na outra noite, Caco reencontra Leandro e vê que ele conseguiu a cadeira – segundo o morador, ele ganhou de quem leva comida pra eles. E Caco até deu uma “carona” para Leandro.
Já entre as barracas da calçada, Caco encontra Cícero. Ele teve o violão roubado há três meses, quando veio de Mato Grosso. “Se chegar um violão vocês vão ver eu levantar dessa cama. A música me emociona”, relata Cícero.
Leandro Martins anda de cadeiras de rodas no entorno da Estação da Luz, em São Paulo, após ser atropelado por um ônibus
Reprodução/ TV Globo
“É um tema obrigatório, saúde pública. É um problema social grave, que envolve saúde pública, um certo desprezo da sociedade organizada, de perseguição do Estado, que trata como caso de polícia, não trata como caso de saúde pública. Vai eternizando o problema”, revela Caco Barcellos.
Há mais de 30 anos, a Cracolândia expõe uma realidade que governos e sociedade ainda não conseguiram solucionar: garantir a saúde e o bem-estar dessas pessoas e promover paz, justiça e instituições fortes que possam atendê-las estão entre os dezessete objetivos propostos pela ONU que precisam ser alcançados até 2030, para tornar o mundo mais desenvolvido, sustentável e justo.
“Como você conta a história dos outros? Conhecendo os outros. Conhecendo sobretudo as multidões, numa cidade como São Paulo. Se gostam da reportagem, nos procuram, se não gostam, se afastam. O problema é que a gente precisa falar com os que se afastam também. A gente está sendo procurado para contar uma grande história”, completa Caco.
Caco ainda ressalta: “Se a gente não se impacta com isso, a gente está também brutalizado, insensível”.
Motorhome do Profissão Repórter estaciona no fluxo da Cracolândia um dos maiores territórios de consumo de drogas do mundo
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A equipe reencontrou os chamados “velhinhos do fluxo” – pessoas que já tiveram suas histórias contadas outras edições do programa. O Profissão Repórter acompanha o drama dessas pessoas há quase duas décadas, mas, desta vez, sete repórteres atuam de forma simultânea.
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A reportagem mostrou a luta das pessoas de todas as idades para se libertar das drogas mais baratas e letais: o crack em pedras, de R$ 10, e o goró, a cachaça vendida no fluxo em pequenos barris de R$ 2.
O programa destacou também a realidade de quem mora e trabalha no entorno da Cracolândia, como a história de Nice, de 42 anos, dona de um bar num local onde os usuários se concentram. Por mais de 20 anos, Nice morou na rua, e hoje faz questões de receber bem quem vai ao seu bar, principalmente os dependentes químicos.
Veja a íntegra do programa:
Edição de 13/06/2023 – Cracolândia
Confira as reportagens do programa:

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