Indiciados por manipulação indagam MP e se defendem de acusações

Os 16 indiciados no escândalo envolvendo manipulação de resultados do futebol brasileiro em casas de apostas esportivas alegam inocência e questionam as provas divulgadas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).  
Os advogados de defesa de alguns dos réus no processo afirmam que vão provar a idoneidade dos clientes. O jurídico do zagueiro Eduardo Bauermann, que foi afastado do Santos, nega participação do defensor no esquema. Já a defesa do lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, e do zagueiro Victor Ramos, ex-Vitória e que atualmente defende a Chapecoense, buscarão provar a inocência deles. Assim que forem intimados, eles terão dez dias para se defenderem.
Alguns dos advogados dos indiciados indagam as provas divulgadas pelo Ministério Público e argumentam que há o cerceamento do direito de defesa. Em contato com o Uol Esporte, as defesas de Fernando Neto, dos apostadores Thiago Chimbó e Bruno Lopez revelaram os próximos passos para defenderem seus clientes.
Confira o pronunciamento dos advogados de defesa:
Ana Paula da Silva Corrêa, advogada de Eduardo Bauermann (Santos): “Nosso cliente nega participação em qualquer esquema de manipulação de resultados. Assim, a defesa técnica tem a convicção de que ao longo da instrução processual irá provar sua inocência. Demais manifestações se darão apenas nos autos do processo, por entender que essa é a melhor forma de preservar os interesses do atleta.” 
Ademar Rigueira Neto, advogado de Igor Cariús (Sport): “A denúncia é superficial, por se basear apenas em descontextualizados print screens de redes sociais, cujo conteúdo não serve como prova válida a justificar a participação de Cariús em qualquer esquema de manipulação de resultados esportivos. Confiante na inocência do atleta […] a defesa impugnou judicialmente e requereu o arquivamento da denúncia. A petição aponta a inépcia e a falta de justa causa da acusação, por não descrever adequadamente os fatos e se utilizar de documentos inválidos”.
Ivan Jezler, advogado de Victor Ramos (Chapecoense): “Victor Ramos foi inquirido no Ministério Público e negou a autoria dos fatos. Juntou evidências nos autos da ação penal e pretende continuar colaborando com as investigações, e com a Justiça, para comprovar, agora definitivamente, sua inocência. Objetivamente, o zagueiro jamais foi advertido com cartões, e não cometeu qualquer penalidade máxima em jogos que constituem o objeto da investigação. A denúncia foi oferecida com base, apenas, em prints parciais de conversas travadas no WhatsApp. Ainda assim, as mensagens demonstram um contexto diverso, revelando reiteradas recusas do atleta em participar de qualquer manipulação desportiva, juntadas pelo próprio MP. Não houve aceitação ou recebimento de vantagem com a finalidade de manipular resultados ou provocar infrações. A defesa escrita do jogador será apresentada buscando sua absolvição sumária”.
Auro Jayme, advogado de Fernando Neto (São Bernardo): “A defesa reitera a inocência de Fernando Neto. Após inúmeras chantagens sofridas por parte de determinados agentes, que o procuraram, simulou anuir às propostas ilícitas recebidas. Não executando-as durante o jogo, bem como, restituindo os valores transferidos para sua conta bancária na sua integralidade, para estes acusados, ora denunciados pelo crime de Organização Criminosa, no presente caso. Trechos das conversas de aplicativo de WhatsApp entre Fernando Neto e estes outros acusados, aqui divulgados, necessitam ser extraídos e apresentados pelo órgão acusador na sua integralidade, para revelar todo o contexto. E assim ficar demonstrado os fatos como eles realmente ocorreram, não cabendo presunções.”
William Albuquerque de Sousa Faria, advogado de Thiago Chambó: “A defesa garante que esclarecerá todos os pontos da acusação do Ministério Público e afirma, de antemão, que pessoas próximas aos envolvidos estão sendo presas sem necessidade para sustentar a acusação de organização criminosa. O criminalista ainda garante que seu cliente nunca fez parte de qualquer esquema de corrupção envolvendo manipulação de resultados no futebol.”  
Ralph Fraga, advogado de Bruno Lopez: “Entendemos que, por se tratar de uma denúncia extensa, com diversos anexos oriundos dos elementos extraídos na investigação, é necessária muita cautela em qualquer comentário. Apesar de se tratar de fatos novos, jogos diferentes daqueles que foram objeto de denúncia na primeira ação penal, o crime pelo qual Bruno se encontra acusado é exatamente o mesmo, mas por situações diferentes. Como de praxe, sempre com muito respeito ao trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário, as acusações serão formal e processualmente respondidas no momento oportuno.”  
Matheus Segala Batista, advogado de Romario dos Santos: “Romario desconhece as imputações que estão sendo feitas em seu desfavor. Eventuais dúvidas serão esclarecidas e sanadas no deslinde processual. Ressalta-se que, por ora, o feito encontra-se em um momento ainda embrionário de uma suposta e, talvez, imaginária, formação de culpa. Trata-se de pessoa primária, de conduta ilibada e que figura como empresário do setor automotivo há mais de cinco anos, não havendo qualquer envolvimento com a prática de delitos. Por meio de seus advogados, coloca-se à disposição para dirimir quaisquer eventuais dúvidas, eis que é de seu absoluto interesse provar sua inconteste inocência.”
Ivan Jezler, advogado de Victor Ramos (Chapecoense): “Victor Ramos foi inquirido no Ministério Público e negou a autoria dos fatos. Juntou evidências nos autos da ação penal e pretende continuar colaborando com as investigações, e com a Justiça, para comprovar, agora definitivamente, sua inocência. Objetivamente, o zagueiro jamais foi advertido com cartões, e não cometeu qualquer penalidade máxima em jogos que constituem o objeto da investigação. A denúncia foi oferecida com base, apenas, em prints parciais de conversas travadas no WhatsApp. Ainda assim, as mensagens demonstram um contexto diverso, revelando reiteradas recusas do atleta em participar de qualquer manipulação desportiva, juntadas pelo próprio MP. Não houve aceitação ou recebimento de vantagem com a finalidade de manipular resultados ou provocar infrações. A defesa escrita do jogador será apresentada buscando sua absolvição sumária”.
Auro Jayme, advogado de Fernando Neto (São Bernardo): “A defesa reitera a inocência de Fernando Neto. Após inúmeras chantagens sofridas por parte de determinados agentes, que o procuraram, simulou anuir às propostas ilícitas recebidas. Não executando-as durante o jogo, bem como, restituindo os valores transferidos para sua conta bancária na sua integralidade, para estes acusados, ora denunciados pelo crime de Organização Criminosa, no presente caso. Trechos das conversas de aplicativo de WhatsApp entre Fernando Neto e estes outros acusados, aqui divulgados, necessitam ser extraídos e apresentados pelo órgão acusador na sua integralidade, para revelar todo o contexto. E assim ficar demonstrado os fatos como eles realmente ocorreram, não cabendo presunções.”
William Albuquerque de Sousa Faria, advogado de Thiago Chambó: “A defesa garante que esclarecerá todos os pontos da acusação do Ministério Público e afirma, de antemão, que pessoas próximas aos envolvidos estão sendo presas sem necessidade para sustentar a acusação de organização criminosa. O criminalista ainda garante que seu cliente nunca fez parte de qualquer esquema de corrupção envolvendo manipulação de resultados no futebol.”  
Ralph Fraga, advogado de Bruno Lopez: “Entendemos que, por se tratar de uma denúncia extensa, com diversos anexos oriundos dos elementos extraídos na investigação, é necessária muita cautela em qualquer comentário. Apesar de se tratar de fatos novos, jogos diferentes daqueles que foram objeto de denúncia na primeira ação penal, o crime pelo qual Bruno se encontra acusado é exatamente o mesmo, mas por situações diferentes. Como de praxe, sempre com muito respeito ao trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário, as acusações serão formal e processualmente respondidas no momento oportuno.”  
Matheus Segala Batista, advogado de Romário dos Santos: “Romário desconhece as imputações que estão sendo feitas em seu desfavor. Eventuais dúvidas serão esclarecidas e sanadas no deslinde processual. Ressalta-se que, por ora, o feito encontra-se em um momento ainda embrionário de uma suposta e, talvez, imaginária, formação de culpa. Trata-se de pessoa primária, de conduta ilibada e que figura como empresário do setor automotivo há mais de cinco anos, não havendo qualquer envolvimento com a prática de delitos. Por meio de seus advogados, coloca-se à disposição para dirimir quaisquer eventuais dúvidas, eis que é de seu absoluto interesse provar sua inconteste inocência.”
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