Moradores convivem com aglomeração e som alto durante a madrugada na zona Sul de Ribeirão Preto: ‘Fico com medo de sair’

População do Parque Ribeirão afirma que os transtornos acontecem, principalmente, aos fins de semana. Imagens mostram quantidade de pessoas e som no local. Moradores reclamam de tumulto e perturbação do sossego em bairro na zona Sul de Ribeirão
Moradores do Parque Ribeirão, na zona Sul de Ribeirão Preto (SP), reclamam da aglomeração de pessoas, som alto e consumo de bebidas alcóolicas e drogas aos fins de semana na região.
No vídeo gravado por um dos moradores, que prefere não se identificar, é possível ver dezenas de pessoas reunidas no cruzamento das ruas Lúcio de Mendonça e Ângelo Egídio Pedreschi (assista acima).
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As imagens mostram carros passando no meio das pessoas e um motociclista empinando a moto. A aglomeração tem início em um bar no fim da Lúcio de Mendonça, e, por volta das 23h, carros de som e dezenas de pessoas se reúnem na rua e nas calçadas das casas.
“De sexta pra sábado teve um pagode, uma coisa assim e aí por volta das 23h termina e começa a barulheira, moto, carro, eles tampam o quarteirão todo”.
O tumulto, de acordo com os moradores, começou há aproximadamente três meses, dura toda a madrugada e termina apenas no começo da manhã do dia seguinte.
“Eu não se onde aparece tanta gente, tanto moto, tanto carro de som. E aí o que acontece é mulher apanhando, casal brigando, é sexo nas portas das casas”, relata uma auxiliar de limpeza que também mora na região.
Imagens monstram aglomeração em bairro na zona Sul de Ribeirão Preto, SP
Anônimo
Fim do sossego
Um trabalhador rural, morador antigo da região, conta que o barulho e o uso de bebidas alcóolicas não são os únicos problemas.
“Eu moro aqui já vai fazer 30 anos, nesse quarteirão, sem contar o lixo que eles deixam ali depois jogado. Teve dois carros agora pra amanhecer domingo, um praticamente quase ficou em frente à minha casa e o outro na esquina”.
Também há 30 anos na região, uma auxiliar de limpeza relata que esse tipo de problema nunca havia acontecido.
“Nossa rua sempre foi agitada por ser duas mãos de ônibus, mas esse tipo de movimento que está tendo agora de evento nunca teve”.
A mulher, que mora com os dois filhos e o irmão acamado, conta que é praticamente impossível dormir, tanto pelo barulho do som como das motos.
“Nem com os remédios meu irmão funciona pra dormir, não tem como dormir, você não dorme”.
Outra moradora, que tem um filho adolescente, diz que, durante o final de semana, eles não dormem direito e que, mesmo dentro de casa, eles não ficam livres de perturbação.
“Ali rola consumo de narguilé, bebidas de todo tipo e até mesmo maconha, pois o fedor vai até nossas casas”.
Rua onde acontece a aglomeração que perturba moradores na zona Sul de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/ Google Street View
Medo de entrar e sair de casa
A mesma moradora conta que entrar e sair de casa se tornou um pesadelo e agora é preciso se programar.
“Não saio enquanto eles estão lá, o máximo que chego lá são 22h, aí tenho que sempre pedir pra liberar a garagem pra eu entrar”.
A casa, que deveria ser um lugar seguro e próprio para descanso, agora dá medo aos moradores, conta a auxiliar de limpeza.
“Eu fico com medo de sair lá fora, a gente não sai. A gente só quer garantir nossa paz e dormir pra trabalhar no outro dia”.
Ligações para a polícia
Os moradores relatam que já foram feitas inúmeras ligações para a Polícia Militar por diversos moradores, mas é raro quando alguma viatura aparece.
“Nossa, ali o quarteirão todo a gente liga e eles não vem. Eles vieram só no natal, eles foram até 7h da manhã eles precisou vim pra tirar o pessoal , entendeu?”, diz o trabalhador rural.
Outra moradora confirma a insatisfação.
“A rua inteira sempre chama, mas só uma vez vieram, só pedem pra aguardar atendimento com a viatura no local e não vão”.
Imagens monstram aglomeração em bairro na zona Sul de Ribeirão Preto, SP
Anônimo
O que dizem as autoridades?
Procurada pelo g1, a Prefeitura de Ribeirão Preto informou que o Departamento de Fiscalização Geral realizou uma vistoria no bar onde começa a aglomeração, em conjunto com a PM, no último dia 9 de fevereiro.
O local foi notificado a apresentar alvará de licença, localização e funcionamento no prazo de 30 dias. No dia seguinte, uma nova vistoria foi realizada, e não foram constatadas novas irregularidades.
O Ministério Público e a Polícia Militar também foram procurados, mas não haviam se manifestado até a publicação desta reportagem.
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