Com 2 mil corais plantados, biofábrica deve expandir atividades para Maragogi

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Além da restauração de recifes, startup pernambucana atua em frentes como educação ambiental e turismo sustentável. Em 2023, foram cultivados 7 mil fragmentos. Com projetos nas cidades de Porto de Galinhas (PE) e Tamandaré (PE), a startup de biotecnologia Biofábrica de Corais deverá expandir suas atividades de restauração também para a cidade de Maragogi (AL).
A iniciativa, em atividade desde 2017, realiza a restauração das espécies coral-couve-flor (Mussismilia harttii) e coral-de-fogo (Millepora alcicornis) no litoral dos municípios mencionados.
Em 2023, foram quase 7 mil fragmentos de corais cultivados, sendo 2 mil deles preparados com ajuda de 200 participantes do Programa de Turismo Regenerativo.
Berçário com mesas de corais de Milleporas
Reprodução/Filipe Cadena
No ano passado, a Biofábrica venceu o Prêmio Nacional do Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo, na categoria “Turismo Sustentável e Ações de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas”.
Processo de restauração
José Klebson da Silva, diretor da área de restauração, explica que o processo de regeração da biodiversidade marinha envolve as seguintes etapas:
Coleta dos corais enfermos que estão tombados no fundo do mar;
Fragmentação e inclusão dos corais nas mesas de cultivo;
Os corais crescem nos berçários durante meses;
Após o crescimento, eles são transplantados para um ambiente degradado.
Corais Mussismilias para serem cultivados nos berços
Reprodução/Filipe Cadena
“A gente coleta um animal na natureza e, normalmente, ele foi prejudicado por alguma ação humana ou natural. Por exemplo, um remo de pesca, uma rede, uma pessoa com nadadeira ou que está caminhando em cima do recife”, relata ele.
“Tudo isso pode causar quebra nas colônias e esses pedaços caem no chão. No chão, normalmente, tem algas ou então lama e o animal vai ser asfixiado. Porque o coral é um animal, ele respira o oxigênio dissolvido na água. Então, se a lama o cobrir, ele vai vir a ficar branco e vai morrer”.
Corais branqueados da espécie Millepora alcicorn
Reprodução/Carlos dos Santos
Outras mortes ocorrem por ação natural, como marés bravas ou ação de um animal marinho. Segundo os biólogos da startup, o Brasil tem mais de 160 espécies de corais registradas, sendo algumas delas endêmicas daqui.
De acordo com o IPCC de 2021, o aquecimento global projetado em 1,5°C pode ocasionar a perda de 70 a 90% dos recifes de corais. Essa porcentagem sobe para 99% se o aquecimento chegar a 2°C, ambas estimativas que poderiam gerar danos irreversíveis aos oceanos.
Turismo sustentável
A partir do programa, visitantes podem aprender mais sobre os ecossistemas marinhos, conhecer as mesas de cultivo no fundo do mar e até manusear os corais.
“Porto de Galinhas recebe milhares de turistas por semana, a gente tem cerca de 80 jangadeiros. Dessa forma, o turismo só está destruindo a natureza e trazendo problemas, por conta das ‘pisadas’ no corais, do protetor solar que vai parar na água”, diz José Klebson.
“E como, na nossa realidade, o turista não vai deixar de fazer o passeio de jangada e outras formas de turismo, com essa experiência o turista vai poder ser biólogo por um dia, ele vai manusear o coral com o equipamento de proteção e vai sair dali colaborando de forma direta com o meio ambiente”.
Para além da restauração dos corais e do programa de turismo, a Biofábrica realiza realiza um trabalho de educação ambiental para e com a comunidade, a fim de pensar em soluções sustentáveis que também sejam capazes de gerar renda.
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