Declaração de diretor do Banco Central sobre cautela na redução da taxa de juros irrita Haddad

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O Ministro da Fazenda está incomodado com o presidente do Banco Central, Campos Neto, por acreditar ele está usando diretores da instituição para ‘mandar recado’. Declaração de diretor do Banco Central sobre cautela na diminuição da taxa de juros irrita Haddad
Fontes ouvidas pelo blog afirmam que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está irritado com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Haddad, que sempre foi um avalista de Campos Neto junto ao governo, está no limite da paciência.
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A irritação remonta a fatos que aconteceram nos últimos dias: durante evento na segunda-feira (12), com a participação de Campos Neto, a empresária Luiza Trajano se juntou ao coro dos daqueles que pedem a redução da Selic, taxa básica de juros da economia.
Trajano afirmou que os empresários não estão aguentando mais a taxa atual e falou que vai continuar fazendo esse apelo até que os juros diminuam. Campos Neto desconversou, dizendo que representa apenas um dos nove votos necessários para aprovar a redução da taxa, que se trata de uma avaliação técnica e que se preocupa muito com a inflação.
Já na terça-feira (13), o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, Renato Dias Gomes, disse em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” que a posição dele é de cautela e que não se deve ter pressa para baixar os juros. Outros diretores do Banco Central já tinham dado opiniões parecidas em outros momentos.
Fernando Haddad em entrevista na quarta-feira (14).
Reprodução/GloboNews
Esse coro dos diretores na contramão da redução dos juros, num momento que a inflação está mais favorável, teria a digital de Campos Neto.
A avaliação é de que Campos Neto, sob pressão, tem adotado discurso mais cauteloso, mas escala diretores do Banco Central para falar de forma mais dura. O fato de um diretor que não está diretamente ligado a discussão da política monetária ter dado uma entrevista e falado sobre ter cautela foi lido como uma “operação casada” do presidente do BC.
Isso desagradou Haddad que, de certa maneira, se sentiu traído. O ministro tem feito uma espécie de meio de campo entre o governo e o presidente do BC, que é alvo de constantes críticas no Planalto.

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