Déjà-vu já era: cientista enterra mística do ‘já vi isso antes’

O chamado “déjá-vu” e toda a mística ao redor daquela sensação de “já vi isso antes” chegou ao fim. Se você é daqueles que acredita em explicações fantásticas sobre o assunto, esqueça! A questão nem é tão complexa, mas envolve o funcionamento do cérebro.

Déjà-vu ocorre em cerca de 7% da população, mas preocupa se houver frequência

– Foto: Reprodução

Não à toa, a tradução desse termo francês significa algo como “já visto”. Aquele flash fulgás, no qual sentimos de repente a sensação de repetição. Como se já tivéssemos passado por uma determinada situação, ou frequentado algum lugar inédito.

Pois bem, de acordo com o neurocientista Fabiano de Abreu, mestre em psicanálise, a história é outra. “Não há nada de teoria de conspiração ou explicações místicas. Basta analisarmos o que acontece no cérebro”, diz o especialista em artigo no portal Drauzio, do médico Drauzio Varela.

O fenômeno está relacionado à forma como o cérebro funciona ao processar informações visuais – Foto: Unsplash/Divulgação/ND

Déjà-vu e a mística

“Quando vemos algo, o cérebro ativa o lobo temporal e o hipocampo para interpretar o que vimos. Essa ação leva milésimos de segundos, mas é quando pode ocorrer o déjà-vu. Qualquer microquebra de andamento nesse ritmo causa a sensação de lembrança de algo que está sendo visto”.

Ou seja, funciona como uma falha de processamento do cérebro, nada além disso. “Um atraso na interpretação de algo que acabou de ocorrer”.

Considerando o volume de ocorrências, passar por essa experiência pode ser algo normal. De acordo com Fabiano Abreu, “algo em torno de 70% da população já experimentou pelo menos um caso de déjà-vu na vida”.

Sensação estranha tem explicação científica – Foto: Pexels

Entretanto, ele alerta para repetições frequentes. Certamente, se consideramos que o fenômeno tem ligação com falhas no lobo temporal, algo pode estar errado. “Pode ser sintoma de algo mais grave“, argumenta o neurocientista.

Assim, a sugestão é de que se procure um especialista nesses casos. “Um psicólogo ou psiquiatra pode ajudar para casos derivados de ansiedade. Mas situações mais sérias, como alucinações e convulsões, o recomendável é um neurologista”, finaliza Fernando Abreu.

Na dúvida entre misticismo ou ciência, vá pela dica do especialista.

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