Elogios, toques e mais: veja relatos de mulheres vítimas de ginecologista condenado a mais de 270 anos de prisão por estupro

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Relatos revelam falas do médico durante as consultas. Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi condenado pelo crime de estupro de vulnerável contra 21 mulheres. Ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, preso suspeito de violação sexual mediante fraude contra pacientes Goiás
Divulgação/Polícia Civil
O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi condenado a mais de 277 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável contra 21 mulheres, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Na sentença, a juíza Lígia Nunes de Paula descreve os relatos das vítimas, que revelam elogios, traições e muitos toques.
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Ao g1, o advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins, que defende o médico, afirmou que vai recorrer da condenação e informou que o condenado está preso. Os nomes das vítimas não foram divulgados devido ao sigilo do processo, mas a sentença traz os relatos dos abusos sofridos por elas.
Relatos
Uma das vítimas relatou à Justiça que foi avisada pela recepcionista da unidade onde Nicodemos trabalhava sobre as brincadeiras desagradáveis com as pacientes. Entretanto, diz que se surpreendeu com as perguntas feitas pelo médico quando entrou no consultório.
“Ele perguntou se eu tinha um amante, se eu tinha coragem de ter, se eu me tocava, se eu conhecia o meu corpo, se eu já fiz sexo anal, como é que era o tamanho do pênis do meu esposo”, conta.
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A paciente ainda relata que, durante os exames de toques, o médico parecia estar a masturbando e perguntava se ela estava gostando. “Ela questionou se ela estava sentindo algo (prazer), porque ele estava: ‘eu nem tirei a roupa e já estou quase gozando’, gente, minha cara foi no chão”, descreveu a mulher.
Outra vítima também relatou perguntas parecidas sobre possíveis traições. “A vítima acreditou no acusado sobre uma suposta traição do marido”, explica a sentença. Após uma discussão com o marido, o casal voltou ao médico para outra consulta, porém o homem foi impedido de entrar devido a pandemia da Covid-19.
“Ao terminar o exame, o acusado pediu para ela abaixar a máscara e falou: ‘você é bonita, por que você não usa maquiagem?’ Ele afirmou que é por isso que meu marido estava me traindo, por não usar decote e maquiagem. Então, ele pediu para ver meu sutiã e disse: ‘nossa, seu sutiã é muito gostosinho. Seu marido deve gostar’”, descreveu a paciente.
Mensagem mostraria ginecologista Nicodemos Júnior fazendo insinuação sexual a paciente em Anápolis, Goiás
Polícia Civil/Divulgação
Uma terceira paciente ainda contou que recebeu muitos elogios do médico e toques indesejados durante um exame de mama. “Ele começou já a examinar os meus seios, começou a elogiar, apalpando eles, falando que eles eram muito bonitos”, disse a vítima sem imaginar os comentários que viriam a seguir.
“E aí ele pegou e disse para mim que ia examinar, isso na parte de baixo e durante o exame disse que meu hímen não tinha sido completamente rompido. Eu perguntei por que e ele disse: ‘porque você está se relacionando com homens que têm o pinto torto’, relatou a paciente.
Além delas, outras vítimas relataram à Justiça perguntas, como por exemplo, se elas sabiam onde fica o ponto G feminino e se elas praticavam pompoarismo. ”Falou que era só o cara achar o ponto certinho que eu não tinha problema de libido e que eu tava bem molhadinha”, contou uma paciente.
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Adolescente
Entre as vítimas de Nicodemos há uma adolescente de 15 anos, que estava começando o acompanhamento ginecológico. Inicialmente, ela entrava no consultório com a mãe, mas, em determinada consulta, o médico pediu para ficar sozinho no consultório com a menor.
“Ele pediu pra eu tirar a roupa, eu deitei na maca e ele começou a falar sobre ponto G, acariciar, explicar, falar sobre orgasmo”, descreveu a adolescente.
Após o exame, Nicodemos pediu para a menor sentar na cadeira e, segundo a vítima, mostrou histórias em quadrinhos pornográficos e disse que ela precisava se estimular. “Aí ele levantou, veio na minha frente e colocou a minha mão no órgão genital dele”, relatou a menina.
Ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais é preso novamente em Anápolis, Goiás
Polícia Civil/Divulgação
Grávida
Uma mulher grávida também relatou abusos cometidos por Nicodemos. A vítima conta que foi indicada ao ginecologista e que não fazia esse tipo de acompanhamento antes da gravidez. Por isso, não sabia como os exames eram feitos, os limites das perguntas e dos toques.
Ele disse que, inicialmente, não percebia os abusos e, com o tempo, ela e o médico foram criando uma “amizade”. “Ainda quando eu estava gestante tinha aquele negócio de que eu precisava fazer um exercício pélvico e aí ele até recomendou um livro que se chama ‘Mulheres boas de cama’”, disse.
Esse mesmo livro também aparece nos relatos de outra vítima do ginecologista. “Eu o considerava um amigo. Em nenhum momento ele deixou parecer que tinha algum interesse sexual em mim, foi acontecendo conforme as consultas foram passando, que ele foi falando e fazendo comentários pequenos e se intensificaram”, finaliza a vítima.
Veja outras notícias da região no G1 Goiás.
Nicodemos Junior Estanislau Morais, médico acusado de estuprar pacientes em Anápolis (GO)
Reprodução
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