Fugitivos de Mossoró já haviam tentado fuga juntos em 2013 serrando ferro de cela em presídio do AC

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Rogério da Silva Mendonça, conhecido como “Querubin”, passou por todos os presídios do Acre e foi transferido todas as vezes por mal comportamento e tentativas de fuga. Já Deibson Cabral Nascimento, conhecido como “Tatu” ou “Deisinho” tentou matar dois agentes de polícia enquanto eles cumpriam mandado de prisão por assassinato. Deibson Cabral e Rogério da Silva já tentaram fugir pelo teto do presídio de Rio Branco em 2013
Reproduçaõ/GloboNews
Os dois acreanos que fugiram de um presídio federal no Rio Grande do Norte na manhã desta quarta-feira (14) participaram da rebelião no presídio Antônio Amaro, em julho de 2023, e possui um longo histórico de crimes como roubos e latrocínios. Além disto, segundo apuração da produtora Thaiza Pauluze, do Conexão GloboNews, ambos tentaram fugir, juntos, do Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde em 2013.
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Nas imagens, obtidas pela GloboNews, é possível identificar o buraco feito nas celas 2, 10 e 11, por Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça para facilitação da fuga. Com os pedaços das grades que eles arrancaram, juntos com um lençol, improvisaram uma escada para tentar fugir pelo teto.
As fotos mostram ainda que os lençóis foram utilizados como suporte para sustentação durante a ruptura da grade superior. No entanto, a fuga foi frustrada.
Histórico de Rogério
O primeiro pedido de transferência de Rogério para um presídio federal foi feito em 2015 pelo diretor da Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes, em Sena Madureira, no interior do Acre, após ele agredir sete policiais penais e serrar a própria cela. Naquele momento, ele era classificado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) como de “altíssima periculosidade”.
Um relatório de inteligência da unidade, que a GloboNews teve acesso, mostra que em menos de dois meses, Rogério acumulava episódios de violência. Em um deles, após questionar os agentes penitenciários sobre a falta de água e ouvir que o problema estava sendo resolvido, ele bateu em sete policiais penais até ser contido, e ainda fez ameaças. “Disse que iria matar qualquer agente que encontrasse nas ruas ou mesmo em suas casas”, escreveu o diretor no relatório.
Rogério da Silva Mendonça fugiu da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) e tem extenso histórico criminal no Acre
Arquivo/Iapen-AC
O documento também mostra que sua visita íntima foi flagrada tentando entrar no presídio com uma serra e um celular nas partes íntimas. À época, Rogério era ligado às facções PCC e Bonde dos 13, um grupo local do Acre, aliadas no estado. Hoje ele é ligado ao Comando Vermelho, facção carioca.
Em outro presídio, em Cruzeiro do Sul, ele havia tentado fugir por três vezes e também mantinha um estoque de facas. Em 2007, ele sofreu uma tentativa de assassinato dentro da cela por estar devendo dinheiro e drogas para a facção.
Com acesso ao relatório, a Justiça acatou o pedido do diretor em 2015 e ele foi transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, no estado do Paraná, por um prazo de 360 dias.
“O reeducando já passou por todas as unidades penitenciárias acreanas, sempre tentando fugir, causando tumulto e praticando faltas graves, como porte de arma branca e ameaça de morte aos agentes públicos, do que se extrai que nova transferência para presídio estadual surtiria efeito inócuo”, escreveu o juiz Fábio Alexandre Costa de Farias em sua sentença, determinando a transferência de Rogério para um presídio federal.
Histórico de Deibson
Já Deibson, conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, tentou matar dois policiais quando eles cumpriam um mandado de prisão contra o criminoso, por homicídio. Os policiais foram até a casa da mãe dele para prendê-lo, mas ele deu dois tiros nos agentes e, mesmo quando rendido, reagiu à prisão.
Os dois se conhecem há muitos anos, e em 2013, já haviam tentado fugir de um presídio estadual de Rio Branco juntos. Eles e outros dois presos serraram as grades da cela e com esses pedaços da cela e lençóis, fizeram uma escada improvisada pra escapar. Mas foram impedidos pelos agentes, que viram a movimentação.
Grades foram cerradas por Deibson e Rogério para improvisar escada e fugir pelo teto do presídio de Rio Branco em 2013
Reprodução/GloboNews
Já em 2014, Deibson conseguiu. Quando estava retornando de atendimento médico em outra unidade, ele agrediu o agente penitenciário ao sair da viatura e conseguiu fugir. Só foi preso de novo um ano depois, em 2015.
“Deibson é considerado de alta periculosidade, em virtude do seu comportamento carcerário indisciplinado, por ter empreendido e tentado empreender fugas. Além de ser um dos maiores ladrões do Acre, que comanda o tráfico de drogas nos bairros Caladinho e Montanhês”, diz relatório sigiloso do sistema prisional acreano.
Deibson Cabral Nascimento é um dos fugitivos do presídio federal de Mossoró
Arquivo/Iapen-AC
Ao g1, a assessoria de imprensa do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) ressaltou que os detentos estavam sob responsabilidade da unidade federal, e que todas as informações sobre os dois fugitivos já estavam à disposição por meio da ficha deles.
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Esta é a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança máxima. A recaptura dos presos é a prioridade das forças de segurança nacionais e estaduais do Rio Grande do Norte, segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André de Albuquerque Garcia.
“Primeira iniciativa e o propósito da minha vinda é adotar todas as medidas necessárias para que um evento como esse se encerre rapidamente com a recaptura dos dois foragidos”, afirmou.
De acordo com o Iapen-AC, os dois detentos somam 155 anos de condenação.
Transferência de presos
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Asscom/Iapen
Ao todo, 14 presos envolvidos na rebelião que ocorreu no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em julho deste ano, foram transferidos do Acre em uma operação das forças de segurança em setembro de 2023. Um avião da Polícia Federal chegou na capital acreana no dia 26 de setembro para fazer o transporte dos detentos, que devem ser levados a Brasília, onde a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen) decidiria para qual presídio federal seriam levados.
Em seguida, familiares e advogados serão informados para onde cada um foi levado. A rebelião começou na manhã do dia 26 de julho quando presos renderam policiais penais e tiveram acesso às armas que foram usadas para tomar o pavilhão de isolamento da unidade. Um policial foi ferido com tiro no olho e conseguiu sair do local e outro foi mantido refém. A rebelião terminou por volta das 10h do dia 27 de julho. Cinco presos ligados a um grupo criminoso foram mortos, sendo três decapitados.
VÍDEOS: g1

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