Jovem luta contra vício em crack para tentar 15ª internação em SP: ‘Não sei se dou o último trago e entro’

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Larri Santiago Reis já foi estudante de psicologia e quer voltar a estudar para fazer monografia com tema já definido: ‘Da Cracolândia pra a USP’. ‘Sou usuário há 17 anos. E só perdi na minha vida’, diz viciado em crack
Um jovem está lutando contra o vício em crack na região central de São Paulo. Larri Santiago Reis tentou se internar mais uma vez para cuidar da saúde. Se conseguir, esta será a sua 15ª internação. No entanto, ele tem um obstáculo: a “fissura”, como os usuários chamam o efeito de abstinência da droga.
O Profissão Repórter desta terça-feira (13) exibiu histórias de pessoas que lutam contra o vício em drogas e tentam sobreviver na Cracolândia, no Centro da capital paulista.
Larri é um dos moradores da região que foi buscar uma marmita para se alimentar. Abordado pela equipe do Profissão, ele falou sobre a sua vida. E contou sobre a vontade de se internar dali a poucos instantes.
“Sou usuário há 17 anos. E só perdi na minha vida. Cheguei a fazer psicologia. Mas o crack me tirou tudo”, relata.
Larri tem 34 anos e já se internou 14 vezes, e está buscando a 15ª internação. Nesta ocasião, após marcar com a reportagem de encontrá-los na porta do Hub, um edifício que recebe pessoas que precisam de assistência médica contra as drogas, ele chega um tempo depois do combinado.
– Se eu te falar que eu ia embora agora você acredita? – pergunta o repórter.
– E se eu te falar que a polícia acabou de me abordar? – responde Larri.
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O jovem admitiu que não havia conseguido usar uma nova dose de crack antes de entrar na casa de reabilitação. E sem sanar a vontade, fica em dúvida sobre qual caminho seguir.
“Não consegui dar o meu último trago. Estou aqui na fissura, não vou mentir. Não sei se eu dou o trago e entro, ou se eu não dou e entro… é uma decisão muito difícil”, lamenta.
“É muito difícil. A oportunidade está aqui, e eu…”
Larri decidiu dar o último trago e retornou no fim da tarde para se internar. Ele ocupou uma das 38 vagas do Hub de cuidados em crack e outras drogas. Lá, foi verificado que ele estava com suspeita de tuberculose e, assim, ficou isolado em um quarto.
‘Da Cracolândia para a USP’
‘Não sei se dou o último trago e entro’, diz jovem que decide se internar por vício em crack
Após decidir pela internação para tratar o vício em crack, Larri foi para a cidade de Itapira, a 150km de São Paulo, em uma clínica de reabilitação.
“Precisei vir para a 15ª internação para poder cair a ficha. E realmente vocês viram que naquele dia eu vim por conta própria. Eu decidi: é hoje”, explica.
Larri ficará internado por um total de três meses, em três fases de tratamento: desintoxicação, conscientização e prevenção.
‘Da Cracolândia para a USP’: viciado em crack quer voltar a estudar psicologia
“A minha vontade é não recair nunca mais. Encarar o mundo como ele é”, sonha Larri, que ainda quer alçar voos mais altos em sua recuperação.
“Realizar o sonho de terminar a minha faculdade, de psicologia. Eu tenho o sonho de entrar na USP. Já tenho até o tema da monografia, se Deus quiser: ‘Da Cracolândia para a USP’, projeta.
Veja fotos de uma das ruas com maior concentração de usuários da Cracolândia no Centro de SP
Veja a íntegra do programa abaixo:
Edição de 13/06/2023
Confira as reportagens do programa:

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