“Governo tem que construir maioria, não eu”, diz Lira

O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) declarou na noite de 2ª feira (12.jun.2023) que a responsabilidade por construir uma maioria no Congresso é do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não dele. Em entrevista à GloboNews, disse se considerar um “facilitador”, mas que não poderia se comprometer com a aprovação de projetos.

“O governo terá que construir a sua maioria, não sou eu […] Eu tenho sido um facilitador”, afirmou. O deputado disse que a Câmara não foi obstáculo para nenhuma votação do governo, mas afirmou, ao citar a reforma tributária, que as pessoas irão “torcer o nariz” quando a proposta começar a contrariar um pouco. Definiu o Congresso como “conservador” e disse que o governo deve se preparar para dialogar com “quem pensa diferente”.

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Durante o programa, Lira elogiou Lula, a quem classificou como “franco”. No entanto, o presidente da Câmara disse ser contra a presença de congressistas em ministérios –estratégia adotada pelo governo do petista.

Segundo o deputado, o “desenho” da Esplanada –feito, segundo ele, com base na PEC fura-teto durante a transição de governo– não teve o rendimento esperado.

DERROTAS NA CÂMARA

Em 5 meses de governo, o presidente Lula acumula 4 derrotas em votações na Câmara dos Deputados. Congressistas criticam a falta de articulação política da gestão e a ausência da participação do chefe do Executivo nas discussões.

A 1ª derrota do presidente foi no decreto do saneamento em 4 de maio. Deputados derrubaram 2 trechos do texto estabelecido por Lula ao assumir a presidência. A pauta está no Senado.

As derrotas demonstram o tamanho do problema do Executivo na Câmara. Deputados fazem uma lista de problemas. Citam falta de previsibilidade, ausência de emendas e falta de nomeações do 2º escalão, além de dificuldades para serem recebidos pelos ministros. 

Os principais alvos de críticas dos deputados são justamente os de articulação política, Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Já o mais elogiado no tato com congressistas é Fernando Haddad (Fazenda).

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