Família de mulher encontrada morta no próprio carro quer entender motivos do crime: ‘Ela era a nossa alegria e foi tirado isso da gente’, diz irmã

Mãe e irmãs de Franciele Rigoni conversaram com exclusividade com a RPC. Marido é principal suspeito e está preso. Defesa afirma que ele é inocente. Família de Franciele Rigoni quer entender o motivo do assassinato
A família de Franciele Rigoni, encontrada morta no próprio carro na semana passada, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), falou pela primeira vez nesta sexta-feira (9) sobre o assassinato.
O marido de Franciele, o empresário Adair José Lago, é o principal suspeito do crime. Ele está preso. A defesa afirma que ele é inocente e que solicitou laudos psiquiátricos e psicológicos do suspeito. Os advogados dizem que devem pedir a reconstituição dos fatos.
Em entrevista exclusiva à RPC, a mãe e irmãs da vítima relatam que tentam entender o que motivou o crime. De acordo com elas, Franciele nunca tinha falado sobre problemas sérios no casamento com Adair.
A mãe, Fátima Aparecida Gusso Rigoni, afirma que a filha demonstrava para a família estar bem e confiar muito nesse marido.
O relato da irmã mais velha, Tatiana, é semelhante. Ela afirma que, para a família, o casal se dava bem.
“Não tinha relatos de brigas, discussões. Então, é um susto para todo mundo. É uma decepção para todo mundo, a gente não sabe, não pode falar que ele é culpado…É isso que a gente quer saber: o porquê.”
Foi a irmã mais velha de Franciele quem notou a falta dela naquela quarta-feira, dia 31 de maio. Elas tinham combinado de fazer um café na casa da mãe.
“Era quase sete horas eu mandei para ela: ‘Cadê vocês? A mensagem não chegou. A empresa do rastreador indicou que o carro estaria em Colombo parado desde não sei que horas. Daí foi aquele terror. Chegamos lá, já estava o local todo isolado e eu nunca iria acreditar que era a minha irmã que estava dentro do carro. Eu pedia para ver ela, se era ela mesmo…”
Um vídeo a que a RPC teve acesso mostra Franciele cozinhando com a família para o almoço de Dia das Mães. As imagens são do dia 14 de maio (veja no início da reportagem). Foi uma das últimas vezes que toda a família se reuniu.
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Alegria da família
Franciele era a terceira filha de quatro irmãos. Para a mais nova, Bianca, ela era sinônimo de alegria.
“Ela conseguia fazer com que a gente risse, com que a gente conversasse, ela era a nossa alegria e foi tirado isso da gente. Está muito difícil da gente entender”.
A mãe, Fátima, afirma que a filha era uma pessoa muito amada, presente.
“Fiel as suas amizades, ao amor que ela sentia pela família… muito família, muito família, extremamente família. Ela desejava ter filhos, ela estava se preparando, fazendo tratamento. Uma pessoa boa, ética, honesta, que confiava no outro, amorosa, amiga”, conta a mãe.
Franciele, 36 anos, foi encontrada morta dentro de carro em Colombo
Reprodução
Fátima diz que a filha não compartilhava detalhes da vida íntima, da vida em casa. Agora, ela quer que o caso seja esclarecido.
“Eu quero que se faça a Justiça dos homens, porque eu creio na Justiça de Deus e ele fará.”
Investigação
Nesta semana a polícia recolheu, na casa onde o casal morava, apólices de seguro de vida de Franciele, no valor de quase R$ 1,5 milhão. O marido era o beneficiário.
No mesmo dia, a policia apreendeu um troféu que, segundo a investigação, pode ter sido usado para atingir a vítima.
De acordo com o delegado Herculano Abreu, responsável pela investigação, a peça tem marcas que parecem ser sangue. Uma perícia vai analisar a peça.
Um tapete da casa do casal foi encontrado em uma rodovia, queimado, com uma caixa de fósforos e documentos pessoais de Adair.
A suspeita é que a peça tenha sido queimado porque tinha marcas de sangue de Franciele, o que está sendo verificado por uma perícia.
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