Caso Lorena: corpo da menina passou 3 dias em decomposição dentro da casa do avô no interior do AM, diz PC

A informação foi repassada pela tia da menina, durante novo depoimento. Linha Direta divulga caso da menina Lorena Ferreira Rodrigues, morta e esquartejada em Manaus
Reprodução/Rede Globo
O corpo de Lorena Ferreira Rodrigues, que tinha 2 anos, passou três dias em decomposição dentro da casa do avô, no município de Autazes, no interior do Amazonas. A informação foi repassada pela tia da menina, Ana Beatriz Barbosa Guimarães, presa suspeita de participar do crime, durante novo depoimento à polícia.
De acordo com a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), a suspeita contou que Lorena foi agredida com golpes de esfregão desferidos por John Lennon Menezes Maia, também preso pelo envolvimento no assassinato da menina.
Interrogado sobre o crime, John Lennon preferiu ficar em silêncio e decidiu se pronunciar perante à Justiça.
Já a versão do depoimento da tia condiz com a causa da morte, que segundo laudo médico, seria traumatismo craniano.
“Ele trabalhava como auxiliar de serviços gerais em uma unidade hospitalar, teria levado para casa esse esfregão que tem uma base de alumínio e, com isso, teria batido na cabeça da criança”, contou a delegada.
Após os golpes, a tia contou à polícia que a menina passou a desmaiar. Ela colocou a vítima para dormir e ela não acordou na manhã seguinte. “Ela não levou a criança para um atendimento médico. Quando ela acorda, 10h, a menina já estava, segundo ela, sem pulsação, sem batimentos cardíacos”, disse.
Ainda conforme o depoimento, Ana Beatriz e John Lenon enrolaram o corpo de Lorena em um lençol, colocaram dentro de uma mochila e o suspeito a levou para um porto, onde a tia pegou uma lancha rápida para o município de Autazes.
No município do interior do Amazonas, Ana Beatriz foi para a casa do avô da criança. Segundo a delegada, ela permaneceu com o corpo da menina dentro da mochila, escondida em um quarto durante três dias, até que a vítima começou a entrar em decomposição.
“Somente quando o corpo da criança já estava exalando mau cheiro, ela cavou uma cova no fundo do quintal e enterrou”, explicou.
Um dia depois, uma chuva atingiu o local e urubus passaram a se concentrar na área. Por ser uma cova rasa, um cachorro puxou parte do corpo da criança para fora e o caso descoberto, em março de 2022.
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O caso
De acordo com a delegada Joyce Coelho, titular da Depca, a vítima foi morta por Ana Beatriz e por John Lenon, entre os dias 22 e 23 de março de 2022, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus.
A delegada relembrou que Ana Beatriz foi presa em flagrante no dia 28 de março de 2022, por ocultação de cadáver e cumpriu dois meses de reclusão, sendo um mês no município de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus) e um mês em Manaus, e foi liberada posteriormente.
“Na ocasião desta prisão, ela negou ser responsável pela morte de Lorena, alegou que a criança teria morrido de causas naturais e disse que teria ficado assustada devido ao ocorrido, por isso enterrou o corpo da criança. Entretanto, o laudo médico apontou uma série de maus-tratos que a menina teria sofrido e a causa da morte teria sido traumatismo craniano”, falou.
Conforme a titular, no dia em que Ana Beatriz foi presa, John Lenon chegou a se apresentar na Depca, prestou declarações e imputou os maus-tratos à mulher, negando que teria participação na ação criminosa.
“Em depoimento, na época, ele contou que levou a criança com vida para o porto e que Ana Beatriz teria embarcado sozinha para Autazes, não sabendo alegar em que momento Lorena foi morta. Por isso precisávamos esclarecer essas informações”, disse.
Ainda segundo a delegada, as equipes conseguiram imagens de monitoramento que constataram que John Lenon saiu do trabalho por volta das 11h do dia 23 de março de 2022.
Nas gravações obtidas pela polícia, John Lenon saiu em uma motocicleta, carregando uma mochila vazia, e foi até à residência de Ana Beatriz para buscá-la. Eles seguiram em direção ao porto da Ceasa, com o corpo de Lorena dentro da mochila.
“A criança estava sem vida no momento em que os suspeitos se deslocaram para Autazes, constatando que a versão apresentada por ele seria inverídica. Então as investigações foram evoluindo e conseguimos com que o mandado de prisão preventiva da Ana Beatriz fosse expedido”, falou a delegada.
A delegada contou, ainda, que no novo depoimento, Ana Beatriz confessou participação no crime e descreveu tudo o que ocorreu antes e no momento da morte da criança, que foi vítima de constantes torturas praticadas por John Lenon.
“A mãe de Lorena havia a deixado sob os cuidados do casal e, ao longo dos meses, a menina foi vítima de frequentes episódios de maus-tratos. No dia 22 de março, conforme relatado pela criminosa, os dois haviam agredido a criança fisicamente e ela passou a desmaiar e acordar, em consequência das agressões”, disse.
A delegada concluiu dizendo que, por volta das 10h do dia 23 de março, a tia da criança acordou e constatou que a menina estava sem respiração, momento em que ligou para o criminoso para que eles decidissem o que fariam com o corpo dela.
“Ele enrolou o corpo da vítima em um lençol e as colocou em uma mochila. Segundo ela, John Lenon teve a ideia de atirar a mochila dentro do rio, entretanto, ela negou. Por isso, eles seguiram caminho até Autazes e se hospedaram na casa do pai dela, onde enterraram o corpo da menina no quintal da residência”.
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