Polícia bloqueia entrada e saída de área de obra explorada por moradores em busca de ouro em MT

Secretaria de Segurança Pública informou que um reforço das forças de segurança está chegando no local. A PM aguarda a força-tarefa para iniciar a retirada da população na região. Polícia Militar formou uma barreira para impedir a entrada de moradores para escavar a área
TV Centro América
A Polícia Militar bloqueou, na noite dessa quarta-feira (31), a entrada e saída da área de uma obra em Colniza, no interior do Mato Grosso, que está sendo explorada por moradores em busca de ouro. A ação foi realizada para proibir o trânsito na MT-418 e os militares aguardam o reforço das forças de segurança para retirar a população do local.
A PM informou que, na manhã desta quinta-feira (1°), todas as pessoas devem ser retiradas do local. Cerca de 250 moradores ainda estão cavando a área. Desde domingo (28), quando começou o boato, de que havia ouro na região, esse número aumentou para mais de 500 pessoas e algumas já montaram acampamentos, com estruturas de barracas.
Vídeo mostra escavações da população em busca de ouro em MT
A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) informou que uma força-tarefa foi montada e policiais militares e civis estão indo para a região fazer a retirada das pessoas que estão irregularmente no local.
De acordo com a promotora de Justiça, Fernanda Saratt, os moradores que não colaborarem para deixar a região podem ser presas em flagrante.
“Caso não haja a colaboração dessas pessoas, haverá o fortalecimento da Polícia Civil e Militar na para que sejam contidos e encaminhados para a delegacia sendo presas em flagrante. A princípio é invasão de propriedade privada, tem o crime de dano ambiental e também o crime de usurpação de patrimônio da União caso haja ouro e esteja sendo extraído pela população”, disse.
Entenda o caso
Moradores encontram fósseis durante obras em rodovia em MT
Um boato levou mais de 200 pessoas a invadirem e cavarem a área de uma obra em Colniza. Após metros de escavação, moradores encontraram, na verdade, itens de civilizações antigas no local, que é um sítio arqueológico. A Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) confirma que não há ouro no local.
O boato começou quando trabalhadores faziam uma obra de asfaltamento na região e encontraram algo que acreditaram ser ouro. A cidade tem 39 mil habitantes e, rapidamente, a informação se espalhou e os moradores passaram a se aglomerar na área para escavar por horas, formando uma cratera.
Vídeo mostra população se arriscando em busca do ouro
Um vídeo filmado por pessoas que estão no local mostra a população se arriscando à noite em frente a uma pá carregadeira. As pessoas se aglomeram e procuram pelo ouro após a remoção de um pouco de terra.
Ao contrário do esperado, os moradores acharam, na verdade, louças antigas. Isso porque, segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística, o local é um sítio arqueológico. A região tem resquícios de civilização antiga, sem qualquer indício de que haja ouro. Os itens achados, inclusive, são de barro.
Foram encontrados materiais de civilizações antigas que viveram na região
Reprodução
A área possui cerca de 500 metros e, após as escavações, foi isolada pela fiscalização ambiental. A pasta alerta que a escavação no local é proibida.
Segundo a Sesp, o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já foi acionado e a obra terá continuidade após liberação. Os materiais encontrados vão ser recolhidos pelo Instituto.
Lei proíbe escavação
Moradores escavam local após boato em MT
Diego DGS
Uma lei federal proíbe, em todo o território nacional, “o aproveitamento econômico, a destruição ou mutilação, para qualquer fim, das jazidas arqueológicas ou pré-históricas”. Conforme a lei, os materiais devem ser preservados para estudos.
“Qualquer ato que importe na destruição ou mutilação dos monumentos será considerado crime contra o Patrimônio Nacional e, como tal, punível de acordo com o disposto nas leis penais”, diz o artigo 5°.
A multa para esse tipo de crime varia de R$ 10 a 50 mil.

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