Policiais penais suspeitos de levarem preso para casa de praia em Florianópolis são investigados

Detento teria sido beneficiado de outras formas, conforme a Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa. Os casos ocorreram em janeiro de 2019. Sirene de carro da Polícia Penal de Santa Catarina
Tiago Ghizoni/NSC
Dois policiais penais suspeitos de envolvimento no transporte de um preso a uma casa de praia em Florianópolis, além de outros supostos benefícios e irregularidades, estão sendo investigados pela Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SAP), informou a pasta.
Os casos, que teriam ocorrido em janeiro de 2019, foram constados após abertura de sindicância. O g1 SC perguntou à SAP, na quarta-feira (31), porque a investigação começou só quatro anos depois, mas não teve reposta.
Segundo publicação no Diário Oficial, um dos policiais penais, que estava de atestado médico, supostamente teria ido à Central de Audiência de Custódia da Capital em 22 de janeiro de 2019 e interferido nos procedimentos de segurança do detento.
O homem, atualmente lotado no Presídio Regional de Tijucas, na Grande Florianópolis, ainda teria participado de transferência irregular do interno até a Penitenciária da Capital, e entrado no local sem autorização no local. Depois, retirou o preso das dependências da unidade e, usando um veículo oficial, levou o homem até a casa dele, na Praia de Canasvieiras, “proporcionando tratamento diferenciado e privilegiado, demonstrando ato de manifesta improbidade”.
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Detalhes do transporte não foram divulgados. A secretaria também não informou se os policiais foram afastados, já que o processo corre em sigilo, segundo a SAP.
O segundo suspeito, lotado na Penitenciária de Florianópolis, supostamente teria escoltado o preso sem procedimentos necessários de segurança. Ele é apontado por ajudar o colega a retirar o interno da unidade prisional, “que estava sob sua responsabilidade” , ao transferi-lo para outra sala da penitenciária.
Investigação
A SAP publicou no Diário Oficial da União, na segunda-feira (29), a portaria que cria uma Comissão Disciplinar para apurar a conduta dos policiais, formada por três membros. Agora, o grupo terá 60 dias para analisar o caso e definir se eles serão punidos.
Caso sejam denunciados, os policiais podem ser suspensos até demitidos de forma qualificada por “comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência dos serviços públicos ou causar prejuízo de qualquer natureza à Administração”, conforme a lei estadual nº 6.745 de dezembro de 1985.
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