Mãe é chamada em escola e descobre corte profundo na perna do filho: ‘Não prestaram socorro’

Juceli Papuque registrou boletim de ocorrência nesta quinta-feira (25). Ela diz que demora para socorrer o menino agravou o ferimento. Menino precisou levar nove pontos no ferimento no joelho. Mãe se indigna com a falta de socorro na escola.
Arquivo Pessoal
Uma mãe de Sorocaba (SP) registrou um boletim de ocorrência após o filho sofrer um corte profundo na perna enquanto estava na escola. O caso ocorreu no dia 10 de maio e o boletim foi registrado nesta quinta-feira (25).
Juceli Papuque é mãe do Gustavo Papuque, que tem sete anos. De acordo com a mãe, o menino sofreu um acidente na Escola Municipal “Sorocaba Leste”, onde estuda, no bairro Vila Assis.
Segundo Juceli, ela recebeu um telefonema da diretoria ainda pela manhã, informando que o filho havia se machucado no pátio da escola e que ela precisava ir até a unidade para levá-lo ao atendimento médico.
“Quando cheguei, ele estava na diretoria, com a perninha esticada, ainda de calça, e não dava para ver o machucado. Não prestaram nenhum primeiro socorro na escola, sequer olharam o machucado. Então eu levei ele no Pronto Atendimento, achando que tinha sido um ferimento superficial, mas quando entrei na sala, eu fiquei assustada. O corte era tão profundo que dava até pra ver o osso”, relembra.
Gustavo se machucou na escola e precisou aguardar a mãe para ser levado ao hospital
Arquivo Pessoal
No dia seguinte, a mãe foi até a escola para tentar entender como ele tinha se ferido e o motivo de terem aguardado a chegada dela para levá-lo ao hospital.
“Fiquei indignada, porque me disseram que esse é o protocolo. Que a Secretaria de Educação fala que só podem chamar o resgate se a criança desmaiar. Se a criança não desmaiar, fica lá, esperando o responsável ir até a escola e levar ao hospital.”
Segundo Juceli, a escola informou que o menino tinha caído em cima de um pino, pregado ao chão, no pátio da escola. Ela disse que questionou a unidade se é feita uma vistoria frequente para conserto de espaços que possam oferecer risco às crianças. Mas, ainda conforme o relato da mãe, a diretoria escolar teria dito que a Prefeitura não tem enviado equipes para fazer este serviço.
Criança se machucou na escola após cair em cima de um pino, que é pregado ao chão do pátio escolar
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Demora para socorro agravou ferimento
De acordo com Juceli, a espera pelo atendimento e limpeza do machucado do filho piorou a situação. “O médico me explicou que precisou fazer um procedimento de limpeza muito mais profundo e doloroso para diminuir o risco de infecção no ferimento, mas que isso aconteceu por conta da demora do Gustavo receber os primeiros socorros. Ele teve que esperar eu chegar na escola, levar ele pro hospital, depois esperamos o atendimento, toda essa demora agravou o ferimento”, relata.
Gustavo passou por atendimento médico, não fraturou a perna, mas pelo corte profundo, precisou levar nove pontos no joelho. A mãe disse que, por conta do ferimento, ele está estudando em casa e não tem previsão de retornar às aulas na escola.
“Eu entendo que criança corre, brinca e pode se machucar, não fiquei brava por esse motivo. Mas o que me deixou assustada foi saber que se ele precisar de socorro e eu não estiver por perto ou não tiver condições de ir buscar ele imediatamente, ele vai demorar para receber atendimento adequado.” questiona Juceli.
Gustavo Papuque machucou o joelho enquanto estava na escola
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‘Tem que aprender a se defender’
Outra mãe que relata descaso por parte dos funcionários da escola onde o filho estuda é Cristiane Brasilio. Ela é mãe do Matheus, de dois anos, e conta que o filho chegou em casa esta semana com mais de oito hematomas no corpo. A criança está matriculada na CEI 64, no bairro Vila Rica.
“Eu falei com a responsável pela escola. Me disseram que ele tem apanhado de outro coleguinha da sala e que precisa ‘aprender a se defender’, para que isso não aconteça mais”, relata.
Mãe relata que o filho, de dois anos, voltou da escola com vários hematomas pelo corpo.
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Cristiane também se queixa da dificuldade para registrar o caso. Ela diz que precisa confiar na palavra da escola, que o menino está sendo machucado por outro coleguinha da mesma idade, pois não tem como confirmar se essa é a situação verdadeira.
“Me disseram que ele foi mordido por outra criança, quando brincava no parque. Que foi num momento em que a cuidadora não estava presente”, diz.
A Prefeitura de Sorocaba informou que o Gustavo Papuque, que caiu na escola e machucou o joelho, foi imediatamente acolhido pela equipe escolar e recebeu os primeiros cuidados ainda na escola.
A prefeitura não respondeu se existem protocolos para casos como estes. Sobre a fala da direção escolar de que o protocolo é levar o aluno para o hospital apenas em caso de desmaio, que a mãe de Gustavo afirma ter ouvido, a prefeitura preferiu não se pronunciar.
Ainda em nota, o Poder Público informou que todas as medidas administrativas cabíveis aos dois casos estão sendo tomadas, que está apurando as situações, assim como os protocolos de emergência adotados pela equipe.
O Executivo também informou que uma equipe técnica já foi enviada para vistoriar a Escola Municipal “Sorocaba Leste”, onde Gustavo se feriu, para tomar as providências necessárias.
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