Desaceleração do IPCA-15 pode fazer Selic baixar? Especialistas opinam

O IPCA-15 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), considerado a prévia da inflação, subiu 0,51% em maio, abaixo das projeções do mercado. A taxa em 12 meses caiu para 4,07%. O índice caiu em relação a abril, quando subiu 0,57%.  

Apesar do cenário de desaceleração do quadro inflacionário no país, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o processo ainda está muito lento. A posição esfria os ânimos de quem espera uma queda na taxa básica de juros em um curto período de tempo. Especialistas ouvidos pela IstoÉ Dinheiro acreditam que a queda da Selic vai começar a acontecer ainda este ano, entre agosto e novembro.  

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“Embora ainda demande cautela, o resultado do índice exibiu um qualitativo bastante positivo, revertendo o pessimismo incitado por dados recentes e, portanto, sinaliza o retorno à rota de descompressão”, diz Antonio van Moorsel, estrategista-chefe e sócio da Acqua Vero.

Além disso, ele acredita que as pressões inflacionárias menos persistentes e disseminadas cooperam com a melhora do balanço de riscos e ratificam o otimismo do mercado. “Por sua vez, o movimento possibilita que o Copom inicie o ciclo de cortes da taxa Selic no terceiro trimestre deste ano, possivelmente em setembro”, complementa.

Jefferson Souza, analista de investimentos da Semeare, acredita que o corte nos juros pode começar em agosto, por conta da aprovação das regras fiscais do governo e do IPCA abaixo das expectativas.

“O governo vem criticando e pressionando muito o BC para cortar a Selic, acredito que passando o arcabouço, o IPCA vindo abaixo das expectativas e o núcleo da inflação cedendo teremos o início do corte de juros em Agosto, porém de uma forma lenta e cuidadosa”, afirmou. 

De acordo com o Relatório Focus, do Banco Central, a Selic deve fechar 2023 a 12,50% ao ano. “Haverá sim espaço para cortes na Selic ainda este ano, tendo em vista os seguintes pontos: tendência favorável para inflação no final do ano; cenário mais benigno para o fiscal após a aprovação do novo arcabouço, removendo de certa forma o risco de cauda do mercado; e expectativas do mercado mais otimistas no segundo semestre. Mesmo assim assim, vemos pouco espaço para que isso seja feito no curtíssimo prazo. Consideramos mais provável, neste momento, um início nos cortes mais para o final do ano, mais especificamente a partir de novembro”, acredita Eduardo Rahal, analista chefe da Levante Corp, que afirmou que a taxa de inflação deste ano deve ficar próxima dos 6%.

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