Endividamento do agro preocupa, e governo estuda ‘medidas estruturantes’, diz ministro

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, diz que equipe econômica ainda analisa o tamanho da dívida e a possibilidade de renegociação. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta terça-feira (30) que o governo estuda saídas para lidar com dívidas do setor agrícola que vencem em 2024.
O endividamento do agro preocupa, e a área econômica deve fazer um diagnóstico do quadro para propor “medidas estruturantes” de acordo com Fávaro. A análise deve dizer qual o montante da dívida que precisa de uma “equalização” da taxa de juros – e, talvez, de uma renegociação do contrato.
Fávaro se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã desta terça-feira (30) para “trazer um cenário da agropecuária brasileira”.
O pano de fundo são as variações climáticas extremas, como a seca no Centro-Oeste e na região do Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia, além das chuvas no sul do país.
“A equipe do ministro Fernando Haddad começa agora então a desenhar cenários para que a gente possa, depois de conversar com o presidente Lula, apresentar então algumas propostas ao setor para que a gente possa antecipadamente evitar uma crise que venha a acontecer com judicialização, com recuperações judiciais, com inadimplência”, disse Fávaro a jornalistas.
O ministro afirmou que planeja anunciar uma ampliação de crédito para o setor junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na próxima sexta-feira (2).
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Contudo, as medidas estruturantes devem ser anunciadas só em outro momento.
“A gente vai então deixar o anúncio do dia 2 [de fevereiro] acontecendo, mas as medidas estruturantes só depois que a equipe econômica então fizer o levantamento, os custos, quanto vai custar isso, e depois que a gente apresentar ao presidente Lula. E quem vai determinar o que fazer, por óbvio, é o presidente Lula”, declarou.
Segundo Fávaro, o cenário é de “distorção muito grande”. Por um lado, a perspectiva do governo é que a safra de soja supere a supersafra de 2023 em 15 milhões de toneladas, “só que com regiões com grandes perdas”.
Além disso, há um cenário de redução de preço da soja e outras commodities, junto a um endividamento que chega a 2024 como “um passivo muito grande para o setor”, afirma.
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