Doméstica deixa emprego pela segunda vez em três anos para cuidar da filha com câncer: ‘Tive que abrir mão’

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Lucineia Nogueira criou vaquinha para tentar custear parte do tratamento da filha. Nataly, de São Roque (SP), enfrenta o câncer pela segunda vez em menos de quatro anos
Arquivo Pessoal
A doméstica Lucineia Nogueira, de São Roque (SP), deixou o emprego para priorizar o tratamento da filha Nataly Helena Trindade, de 22 anos, que enfrenta novamente um câncer. Da primeira vez, ela tomou a mesma atitude para cuidar da filha.
Nataly faz quimioterapia e vai precisar de um transplante de medula, conforme a mãe. Ela descobriu que tinha câncer pela primeira vez em 2020. A doença foi tratada, mas retornou no ano passado. A jovem, agora, desenha, joga e assiste televisão como passatempo enquanto faz o tratamento.
Ela tem câncer no linfoma ou doença de Hodgkin. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, um conjunto composto por órgãos e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem estas células por meio do corpo.
Para fazer o transplante, segundo a mãe, ela precisa de um medicamento, que a família não tem condições de comprar.
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O tratamento é feito no Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), em Sorocaba. “Tenho fé que é uma expectativa boa”, diz a mãe sobre o tratamento e a arrecadação.
A rotina de trabalhar das 8h até as 19h mudou. Dois empregos sustentavam as duas. Agora, é a luta diária, como as visitas ao hospital, a quimioterapia e as reações do tratamento. “Tive que abrir mão do meu trabalho, pelo menos por enquanto”, conta. “Trabalhei um ano e pouco e tive que sair de novo.”
As coisas estão ainda mais complicadas, já que as duas moram de aluguel. Ainda assim, apesar das obrigações, neste momento, Lucineia está focada na cura da filha.
O maior sonho da mãe não é difícil de prever. “O remédio pra ela fazer o transplante e ficar curada”, diz Lucineia. A mãe deduz sobre a filha. “Não sei qual o maior sonho dela, por agora, ficar curada”, opina.
Sem condições de manter a rotina entre casa e hospital, ela criou uma vaquinha online, que deve ajudar também na compra de remédios da filha, que tem custo estimado de R$ 40 mil, entre medicação e demais despesas para o tratamento. Ela diz ainda que já fez todos os procedimentos para receber por meio do estado, mas que ainda não teve resposta e tem medo de o processo demorar.
A meta é arrecadar R$ 10 mil, já que ela ainda tem esperanças de receber a medicação do poder público. Até a terça-feira (23), a iniciativa havia arrecadado R$ 723, de 13 apoiadores. Para ajudar, basta clicar neste link.
Estado
A secretaria de Saúde de São Paulo não se manifestou até a publicação da reportagem.
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