Especialista em asfixia por nitrogênio deu parecer contrário ao uso do método para execução de preso nos EUA

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O Fantástico conversou com pessoas que acompanharam a execução a gás dessa semana e especialistas no assunto sobre a polêmica gerada após a execução de Kenneth Smith na última quinta (25). Americano foi executado por asfixia por nitrogênio, mas só foi declarado morto após 22 minutos
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Na última quinta-feira (25), nos Estados Unidos, um assassino condenado à morte foi executado por asfixia com gás nitrogênio, um método inédito e muito criticado, comparado por especialistas a uma forma de tortura. O Fantástico conversou com testemunhas da execução a gás dessa semana.
O médico australiano Philip Nitschke, especialista em asfixia por nitrogênio para eutanásia, foi um dos ouvidos pelo repórter Jorge Pontual. Ele visitou Kenneth Smith, o homem executado na última quinta, no presídio e examinou as instalações. Ele deu parecer contra a execução.
“Até me puseram a máscara usada para aplicar o nitrogênio, e depois fui depor no tribunal. A asfixia por nitrogênio não pode ser usada numa execução, porque a pessoa pode se debater e resistir. Para pessoas condenadas a morrer, acho que deveria ser abandonada”, opina ele.
Foi o que aconteceu: Smith resistiu e demorou 22 minutos até que ele fosse declarado morto, segundo o pastor Jeff Hood, que acompanhou a execução e deu a extrema-unção ao criminoso.
“Foi um filme de horror. Ele parecia um peixe fora d’água. Se sacudia para cima e para baixo, e a cara dele foi ficando azul e vermelha. Eu só pensava: meu Deus, quando isso vai parar? Vou ter pesadelos por muito tempo por causa do que eu vi”, afirma o reverendo.
Pastor deu extrema-unção a Kenneth Smith, executado por asfixia por nitrogênio
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O Dr. Nitshcke explica que um dos problemas no Alabama foi o uso de uma máscara mal ajustada, que poderia ter deixado sequelas graves se não funcionasse.
“Smith segurou a respiração para o nitrogênio não entrar nos pulmões. Isso fez com que o processo fosse lento. Ele teve convulsões e espasmos quando o cérebro dele foi recebendo menos oxigênio, o que deixou os espectadores muito perturbados”, explica.
Na Casa Branca, a porta-voz Karine Jean-Pierre disse que o presidente, Joe Biden, está muito preocupado com o uso de nitrogênio na pena de morte. Entidades judaicas se disseram ‘horrorizadas’ com esse novo método, que aconteceu às vésperas do Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, quando milhões de judeus morreram em câmaras de gás.
Outro ouvida foi Robin Maher, diretora do Centro de Informação sobre a Pena de Morte, que informou um número pouco conhecido que aumenta a polêmica sobre o tema: desde 1973, 196 condenados à morte foram libertados depois de provar a inocência, e muitos outros inocentes acabaram sendo executados antes de convencer a Justiça.
“Surgiram depois provas de que não eram culpados. Foram executados erroneamente. O sistema é falho. Isso contribuiu para a mudança na opinião pública”, ressalta ela.
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