SP 470 anos: acervo de peças arqueológicas revela costumes dos paulistanos ao longo dos séculos

Louças importadas, utensílios feitos com pedra lascada e ilustrações com decorações angolanas são alguns dos mais 2 milhões de artefatos que estão reunidos na Biblioteca do Subsolo de São Paulo. As relíquias encontradas no subsolo de São Paulo.
São Paulo completou 470 anos nesta semana. Para celebrar a data, o Fantástico mostra relíquias muito curiosas que estavam escondidas nas profundezas da maior cidade do país.
Peças do cotidianos de décadas e até de séculos atrás que foram encontradas em escavações arqueológicas. Elas falam muito sobre o modo de vida de quem morava ali.
Existem mais de 90 sítios arqueológicos na cidade, onde foram recolhidos mais de 2 milhões de artefatos, que estão reunidos na Biblioteca do Subsolo de São Paulo. Os objetos ficam guardados dentro de caixas. Em uma delas, estão artefatos da chamada ‘quadra 090’, onde fica o bairro Santa Ifigênia.
Uma das ‘guardiãs’ da biblioteca, Paula Nishida, as peças foram encontradas debaixo de onde foi construída uma escola técnica. Entre elas, jarros.
“Não só o objeto em si, mas o trabalho que foi feito em laboratório (…) foi montado em laboratório, antes as peças foram higienizadas, enumeradas e fizeram a remontagem (…) é uma louça inglesa, do século 19 para o 20”.
Em outra caixa, mais artefatos. Dessa vez, encontradas no Vale do Anhangabaú, embaixo da Praça das Artes.
Boa parte do que está no acervo arqueológico foi encontrada no centro histórico da cidade. Porém, nem todos os itens cabem dentro das caixas da biblioteca. Na rua José Bonifácio, por exemplo, estão os trilhos do bonde que cruzavam a cidade.
A partir das escavações, foi constatado que São Paulo era uma cidade muito drenada. Durante as obras do túnel no Vale do Anhangabaú, na década de 90, foi localizado o Ribeirão Anhangabaú canalizado.
Uma escova de dentes feita com ossos, três cachimbos recolhidos em pontos diferentes, louças importadas da Inglaterra e ilustrações com decorações angolanas são outros artefatos guardados na biblioteca.
Entre as caixas, mais peças achadas em uma escavação em Pinheiros, onde foi descoberto uma olaria, que funcionava há pelo menos 300 anos. No Itaim Bibi, uma lixeira cheia de vidro. Já no Morumbi, artefatos confeccionados com pedra lascada que evidenciam a época pré-colonial.
Debaixo de tanto concreto, asfalto, ainda tem flores – pequenas – resistindo ao peso e ao tempo. Neste aniversário de São Paulo, o passado ainda dá recados.
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