General diz que Exército encontrou arma em lago perto do acampamento bolsonarista em Brasília

Ex-chefe do Comando Militar do Planalto Gustavo Henrique Dutra de Menezes prestou declaração à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, nesta quinta-feira (18). Segundo ele, revólver foi achado um dia após desmobilização do acampamento. General Dutra, na CPI dos Atos Antidemocráticos
TV Câmara Distrital/Reprodução
O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), afirmou, nesta quinta-feira (18), que o Exército encontrou uma arma em um lago perto do acampamento bolsonarista no Quartel-General (QG), em Brasília. Segundo o militar, o revólver foi achado no dia 10 janeiro, um dia após a desmobilização do acampamento.
“Não dá para fazer a ligação direta, mas havia um revólver dentro do lago e esse revólver faz parte de uma relação de material que foi levantado em nossos inquéritos encaminhados para o STF”, disse o general.
As informações foram dadas durante depoimento de Dutra na CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O general chefiava o CMP durante os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.
Documento apontava ‘potencial’ do acampamento para drogas, prostituição e armas
Durante a sessão, presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT), apresentou um documento que, segundo o parlamentar, aponta que havia consumo de álcool e drogas, prostituição e porte ilegal de armas no acampamento montado no Setor Militar Urbano, em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. O documento, chamado Plano de Operações Cristal, é assinado pelo tenente-coronel Rodrigo Santos Boueri, chefe do Centro de Operações do CMP.
De acordo com Dutra, o documento diz que o local “tinha potencial”, ou seja, era preventivo “e não significa que tinha”.
O deputado distrital Max Maciel (Psol) lembrou que no depoimento do empresário Joveci Andrade à CPI – ouvido por suposto financiamento aos atos golpistas – o empresário disse que viu uma equipe do Exército fardada fazendo segurança do acampamento. Dutra justificou que a Força Armada “se preocupou com a integridade do Setor Militar Urbano (SMU)”.
O general disse ainda que a Polícia Militar nunca combinou uma desmobilização do acampamento com o Exército, e que no dia 8 de janeiro, havia dois grupos de 120 homens do Exército de prontidão no SMU.
LEIA TAMBÉM:
CPI DOS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS: distritais aprovam convocação de Mauro Cid; ex-auxiliar de Bolsonaro está preso por suspeita de fraude em cartões de vacina
VÍDEO: por telefone, Lula determinou isolamento de acampamento e prisão de bolsonaristas após atos terroristas, diz general Dutra
Ações do Exército
Soldados do Exército dificultam ação da PMDF durante ataques terroristas em Brasília
Em diversos momentos, Dutra negou que o Exército tenha dificultado a ação das forças de segurança do DF em desmobilizar o acampamento ou prender os bolsonaristas radicais que participaram dos atos terroristas do dia 8 de janeiro.
Os deputados questionaram o general sobre a alegação de que o Exército estaria criando um cordão, em volta ao Quartel-General, para impedir a entrada da Polícia Militar e evitar a prisão dos bolsonaristas.
“Há uma versão de que o Exército entraria em confronto com a polícia, isso é uma insanidade. Nós estávamos ali aumentando o isolamento do SMU para dissuadir a volta dos manifestantes. Voltaram mil e poucas pessoas, porque o SMU não tem como fechar todo perímetro”, afirmou o militar.
Os distritais mostraram ainda um vídeo em que um militar do Exército discute com um PM, no Palácio do Planalto, enquanto os bolsonaristas estavam no local.
“O batalhão da Guarda Presidencial recebeu ordens de evacuar o Palácio do Planalto. Um coronel do GSI contatou um major do BOPE, pedindo pra que ele entrasse e efetuasse as prisões. Um tinha ordem de tirar, outro tinha ordem de prender”, declarou Dutra sobre o vídeo.
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.