Eleições de 2024 em Natal:olhar para o futuro ou manter-se no passado?

O deputado federal Paulinho Freire lançou sua pré-candidatura à prefeitura de Natal no último dia 23. Foi um evento bem concorrido e nasceu bem poderosa. O grosso do reacionarismo conservador lhe deu apoio: seu partido, a União Brasil (velho PFL/DEM), ainda sob a presidência do velho oligarca José Agripino Maia; o fascista PL, hoje de propriedade de Rogério Marinho; o PP, de João Maia; o PODEMOS, de Styvenson; e o PSDB, que tem a maioria na Assembleia Legislativa.

A candidatura do deputado nasceu ungida pelo senador Rogério Marinho, hoje um bolsonarista militante, responsável pela destruição da CLT em 2017; pelo insosso, mas reacionário, senador Styvenson Valetim, do PODEMOS; e mais várias lideranças locais e deputados estaduais, além do próprio prefeito interino, Érico Jácome, do MDB.

Falar em “partidos” aqui no RN é estender esse conceito ao extremo, visto que num estado pobre e dominado por grupos familiares e de interesses, partido é nome de fantasia. O próprio Paulinho Freire é expressão disso: já foi do PMDB (1993-96; do PSDB (1997-2000); PSB (2001-2006); do PMN (2006-2007); do PP (2007-2013); do PROS (2013-2016); do Solidariedade (2016-2018); do PSDB (2018-2020); do PDT (2020-2022) e desde então na União Brasil. Já foi vice de Micarla (2008), cassada por abuso de poder e corrupção, em 2012. Paulinho, que foi presidente da Câmara de Vereadores até recentemente (2019-23), nunca teve grandes votações, mas aproveitou a “onda bolsonarista” e elegeu-se deputado federal em 2022 com mais de 77 mil votos.

Pode nunca ter sido campeão de votos, mas sempre esteve nos salões da política potiguar, atuando como cabo eleitoral de várias lideranças e sendo devidamente recompensado, como aliás é uma coisa natural da política dos clãs e dos grupos de interesse. Nada mais velho do que ver essas lideranças se unindo em torno de um projeto que aponta para as fazendas do passado.

Sendo uma cidade nitidamente conservadora, Natal está marchando cada vez mais para o passado? Afinal temos exemplos muito próximos de que crescimento não quer dizer desenvolvimento, dado que as desigualdades permanecem, o povo continua prisioneiro dos fantasmas das oligarquias, mais presentes do que nunca e os 167 municípios do RN infelizmente ainda tem um perfil muito próximo do que éramos, do que desejamos ser.

E sendo Natal, a capital, ser dominada pelas hordas conservadoras, em aliança com os reacionários e fascistas, não deixa de ser uma derrota para os natalenses, mesmo que eles acreditem que o passado ainda é melhor do que arriscar o futuro. Em outubro a população de Natal estará numa encruzilhada, que estará nas mãos dos eleitores, principalmente nos eleitores que forem.

O roteiro das eleições já é mais do que conhecido. Esse sistema político-partidário, uma imitação grosseira de processo democrático, tem nos dado uma Câmara de Vereadores assustadora e um Executivo que, malgrado algumas obras que deram uma face moderna à cidade, a governam como uma fazenda.

E lã nave vá….

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