PM reformado suspeito de importunar funcionárias no Hospital Felício Rocho é indiciado

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Relatos das vítimas dão conta que abusos aconteceram durante o banho. Ele chegou a ser preso em flagrante, mas recebeu alvará de soltura. Hospital Felício Rocho, no Barro Preto, Região Centro-Sul da capital
Reprodução/Google Street View
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou, nesta quinta-feira (25), o policial militar reformado suspeito de importunar sexualmente duas funcionárias do Hospital Felício Rocho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Na última semana, duas técnicas de enfermagem da unidade de saúde procuraram a polícia após o PM reformado, de 71 anos, apresentar ereções e gemer durante o banho. Ele estava internado para uma cirurgia vascular, sem previsão de alta.
Ele foi indiciado duas vezes pelo crime de importunação sexual, uma para cada funcionária abusada.
“O suspeito negou todos os fatos, fala que não cometeu o crime. Com relação aos gemidos, disse que era de dor e não de prazer. [Entretanto], o conjunto probatório reunido no inquérito policial comprovou cabalmente que ele cometeu os delitos de importunação sexual”, informou a delegada Larissa Mascotte, responsável pelo caso.
Inicialmente, o caso foi registrado pela Polícia Militar como estupro. Entretanto, durante as investigações, a Polícia Civil concluiu que se trata de uma importunação sexual.
Entenda a diferença entre os crimes de ato obsceno, importunação sexual e estupro
Delegada Larissa Mascotte, responsável pelo caso
Fábio Venâncio/TV Globo
Relembre
As duas vítimas, de 20 e 40 anos, procuraram a Polícia Militar no dia 16 de janeiro. Na ocasião, a técnica de enfermagem mais velha relatou que iria dar banho no suspeito e perguntou onde estava a acompanhante dele para ir junto, como costuma ser praxe nessas ocasiões.
Nisso, o suspeito informou que o banho seria dado pela técnica de enfermagem de 40 anos, porque a acompanhante não estava lá. Completou dizendo que era obrigação dela dar o banho, que “era paga para isso”.
A outra técnica de enfermagem, de 20 anos, chegou para prestar o apoio. O suspeito pediu, então, que a vítima mais velha o esfregasse. Ela questionou se ele mesmo não poderia fazer isso e ele respondeu novamente que não, “que ela estava sendo paga por isso”.
Em seguida, a mulher começou a esfregá-lo e o homem começou a gemer, mas não de dor. Ela disse, ainda, que ele chegou a puxar a cabeça dela em direção ao pênis dele. Ao ser confrontado, o militar disse que estava se apoiando.
A vítima mais nova disse que o homem massageou os testículos para ficar com o pênis ereto, abriu as pernas e continuou gemendo. Ao ser questionado se estava com dor e respondeu que não, sorrindo. As vítimas pediram para que ele parasse.
As duas terminaram o banho, se retiraram do quarto e relataram o que havia acontecido para os supervisores e à equipe de segurança do hospital.
A médica responsável pelo paciente informou à polícia que ele está internado para uma cirurgia vascular por causa de uma isquemia crítica e não tem previsão de alta. O homem foi ouvido pela Polícia Civil e preso em flagrante.
No dia 18, a Justiça acolheu o pedido do Ministério Público e da defesa do militar e concedeu a liberdade provisória dele, por ser réu primário, por ter residência fixa e por estar hospitalizado sem previsão de alta.
Em nota, a Polícia Militar informou que, por ser aposentado, o policial está “desobrigado de todas as suas funções policiais militares em razão da avançada idade” e que o crime será julgado pela Justiça comum.
Já o Hospital Felício Rocho disse que “está acompanhando os fatos, presta solidariedade e assistência as suas colaboradoras e está colaborando com as autoridades de segurança pública”.
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