Acupuntura e cannabis medicinal: terapias complementares despertam curiosidade no mercado pet

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Considerados métodos ainda desconhecidos no mundo animal, a cannabis medicinal e a acupuntura podem ser igualmente benéficas para os bichinhos. Ao g1, a veterinária Giovanna Del Cistia, de Sorocaba (SP), explica como os procedimentos podem ajudar na melhora de quadros clínicos. Acupuntura é uma das grandes apostas para o mercado pet
Arquivo pessoal
Em um mercado onde a medicina convencional é altamente difundida, as terapias complementares muitas vezes acabam sendo “deixadas de lado”. Capazes de oferecerem uma ajuda altamente eficaz para quadros clínicos, a cannabis medicinal e a acupuntura podem ser uma alternativa na hora de solucionar o incômodo dos pets.
Giovanna Del Cistia é médica veterinária há cerca de 8 anos. Natural de Sorocaba (SP), ela diz que se especializou em ambas as áreas devido ao seu grande interesse na fisioterapia.
“Durante a faculdade, fui estagiária em uma clínica de fisioterapia. A partir daí, passei a querer entender mais sobre esse ramo, até que conheci a acupuntura. Dela, entrei para o mundo da medicina integrativa e acabei me especializando na prescrição de cannabis medicinal para bichos de pequeno porte”, explica.
Giovanna Del Cistia atua como médica veterinária há cerca de 8 anos
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Acupuntura
Giovanna afirma que o uso das agulhas pode ter uma ampla finalidade. Porém, os pacientes com problemas ortopédicos são os que apresentam um melhor resultado, sempre compartilhados em suas redes sociais.
“A acupuntura é muito abrangente. A maioria dos meus pacientes adeptos à essa técnica já tem uma certa idade e são acompanhados de deficiências na ortopedia, como uma dificuldade locomotora ou algum problema na coluna, que podem acarretar na perda de massa muscular”, conta.
A médica enfatiza que este tipo de tratamento não possui contraindicações. Em sua visão, pode ser até mesmo uma alternativa válida para animais que possuem restrições de medicamentos.
“Muitas das vezes, o animal diagnosticado com problemas hepáticos ou renal não pode tomar certos remédios. Para a acupuntura, isso não se aplica. O único risco são aqueles que têm um comportamento mais agressivo, mais inquieto, pois precisa de uma contenção para ele ficar parado com as agulhas. Na grande maioria, é sempre muito tranquilo, pois eles relaxam com as agulhas”, diz.
Giovanna afirma que obteve diversos casos de sucesso através da terapia integrativa
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Cannabis medicinal
No caso da cannabis medicinal, o tratamento é feito mais comumente em animais que possuem algum incômodo epilético, neurológico ou oncológico. O uso do óleo pode ser um grande aliado contra vômitos e perda de apetite, segundo a veterinária.
“Uso o óleo de cannabis para diferentes enfermidades pois existem diversos tipos de óleo, com diversas finalidades. Os que se queixam de dores crônicas também podem utilizar dessa terapia. No caso dos oncológicos, reduz fortemente as consequências da quimioterapia. Mas, existem contraindicações. Dependendo do quadro, o medicamento pode não ser bem absorvido pelo organismo”, relata.
A profissional conta que os resultados dos tratamentos são positivos. Durante toda a sua trajetória, Giovanna conta que obteve inúmeros casos de sucesso a partir da medicina integrativa.
“Consegui solucionar diversos casos a partir da acupuntura e da cannabis. Um caso que me marcou bastante é o do Tom, um gatinho que possui uma doença articular degenerativa. Com ele, utilizei os dois métodos e, a partir do quarto mês, obteve alta das agulhas. Hoje em dia, usa somente o óleo e segue muito bem assim”, afirma.
Tom possui uma doença degenerativa e faz tratamento com a cannabis medicinal
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A veterinária ainda afirma que, apesar dos tutores terem demonstrado cada vez mais interesse no mercado, ainda existe um forte estigma social relacionado ao tratamento. Porém, ela acredita que isso será desconstruído com o passar do tempo.
“Ainda existe um preconceito muito forte da população com relação ao óleo medicinal. Acho muito importante difundir o conhecimento correto que existe sobre a terapia. Gosto de convencer os donos mostrando a melhora de outros bichinhos. Mas, acredito que com o tempo, isso irá melhorar. Aos poucos, uma visão diferente está surgindo, por conta da regulamentação mais recente sobre o uso do medicamento em humanos”, finaliza.
*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins
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