Com crises de dor, moradora de Campinas espera há três meses por exame do útero

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Iva tenta marcar histeroscopia desde de outubro, mas foi informada de que não há vagas no momento. Pacientes reclamam de fila de espera para exame ginecológico em Campinas
A demora para conseguir um exame ginecológico tem causado sofrimento à faxineira Iva Alves de Lima Granja, de 53 anos. Moradora de Campinas (SP), ela convive com dores na região do abdômen e em outubro descobriu um pólipo no endométrio. No entanto, o que seria o começo da solução, deu início a uma espera dolorosa.
“[A médica] pediu um encaminhamento para fazer uma histeroscopia. Só que ela pediu esse exame em outubro. O posto de saúde que tenta marcar para a gente. Então, quando sai a vaga, avisam eles, eles me avisam. Só que falam que, no momento, não tem vaga ainda”, detalhou à EPTV, afiliada da TV Globo.
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“Você sai para trabalhar e ter que voltar para casa porque você está numa crise de dor é bem complicado. Você não consegue mais trabalho também por causa disso”, desabafa.
Questionado sobre o assunto, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas informou que os equipamentos para exames de histeroscopia nas unidades de saúde do estado na região estão funcionando normalmente.
Disse ainda que as unidades que realizam exame de histeroscopia são Hospital de Clínicas da Unicamp, Hospital Estadual São Francisco de Bragança, Hospital Estadual de Sumaré e Ambulatório Médico de Especialidade (AME) Campinas.
A EPTV questionou o motivo da demora relatada pela paciente, mas ainda não teve retorno.
Com crises de dor, moradora de Campinas espera há três meses por exame do útero
Reprodução/EPTV
O que é a histeroscopia?
A histeroscopia é um procedimento que ajuda os médicos a analisar o útero por meio de imagens. De acordo com a ginecologista, Graziela Fernanda, o procedimento é diferente de um ultrassom e garante mais precisão no diagnóstico. “Eu consigo olhar melhor esse endométrio. O ultrassom transvaginal, a ressonância da pelve, têm limitações”.
Por que o exame é importante?
A especialista explica que, além de fazer o diagnóstico, na hora do procedimento o médico também pode tratar o paciente com a retirada de fragmentos do útero. Por isso a histeroscopia só pode ser feita por um médico e, muitas vezes, dentro de um hospital.
“A gente indica a histeroscopia sob duas vertentes: a vertente de exames e a vertente cirúrgica. Eu posso fazer um diagnóstico através desse exame ou já tratar. Enquanto tratamento, você já pode aproveitar e tratar aquilo que está tratando aquela pessoa”, detalha Graziela.
A demora tem consequências
A espera dos pacientes pode trazer consequências para a saúde. “Principalmente o sangramento. O pólipo tem uma característica que é de aumentar o fluxo, então, ela tem uma demanda de sangramento maior, consequentemente, uma anemia. É raríssimo a possibilidade desse pólipo malignar.
“É comum, principalmente, nas mulheres 40 mais a gente encontrar diversas patologias endometriais. Cabe, claro o diagnóstico de um câncer de endométrio ou pólipo maligno, mas é a última classificação. Vêm um monte de coisa antes disso”.
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