Entenda o esquema que levou à prisão de 4 suspeitos de extorsão dentro da Prefeitura de Divinópolis

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De acordo com o assessor especial de governo, Fernando Oliveira, quadrilha teria proposto dar informações privilegiadas de edital da Lei Paulo Gustavo em troca de comissão. Senador Cleitinho Azevedo, vice-prefeita Janete Aparecida e o assessor especial de governo Fernando Henrique
Roberto Eleotério/Tv Integração
Após a prisão em flagrantes dentro da Prefeitura de Divinópolis de quatro suspeitos de tentarem extorquir o assessor especial de governo, Fernando Henrique Costa de Oliveira, a Prefeitura de Divinópolis convocou coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (24).
Além de Oliveira, estavam presentes, a vice-prefeita Janete Aparecida e o senador Cleitinho Azevedo. A Polícia Federal, responsável pelas prisões, não participou e não divulgou detalhes sobre o inquérito.
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Segundo a Prefeitura, o crime teve início em março de 2023, quando o assessor especial de Governo, Fernando Henrique, foi procurado presencialmente por um dos homens da quadrilha, que se apresentou como representante de uma empresa especialista em licitações para gerenciar recursos federais.
O homem teria dito a Fernando que tinha informações privilegiadas do Ministério da Cultura, para que a Prefeitura conseguisse por meio de edital, naquela ocasião, uma verba no valor de R$ 2 milhões referente à Lei Paulo Gustavo.
Em diálogo com o assessor, o suspeito orientou que se o Executivo seguisse as coordenadas dadas por ele, a verba seria creditada, mas depois disso, o assessor deveria repassar ao grupo cerca de 30% do valor, sendo que 5% ficaria com Fernando Oliveira.
O assessor disse que comunicou ao prefeito Gleidson Azevedo sobre a proposta que ele chamou de “indecente” e decidiram levar o fato à Polícia Federal.
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À época, diante da pressão da quadrilha, Fernando pediu exoneração do cargo e se afastou temporariamente da função, tendo retornado meses depois.
O processo para conseguir a verba da Lei Paulo Gustavo seguiu os trâmites legais, de acordo com a vice-prefeita Janete Aparecida, e o valor de R$ 1,9 milhão chegou aos cofres da prefeitura de maneira legítima no final do ano passado.
“Assim que o valor foi creditado e começou a ser repassado aos artistas, a mesma pessoa que me procurou em março voltou a fazer contato falando que o pessoal dele, de Brasília, ia cobrar a propina de 30%. Eu falei para me procurarem para que eu pudesse explicar que eu não participei do processo, já que tinha sido exonerado e retornei quando o processo já tinha sido finalizado”, esclareceu Fernando.
Ameaças e prisão
Quadrilha suspeita de extorsão é presa dentro da Prefeitura de Divinópolis
Prefeitura de Divinópolis/Divulgação
Nesta terça-feira (23), quatro integrantes da quadrilha foram até a Prefeitura e ameaçaram Fernando Oliveira para ele fazer o repasse da verba. O grupo saiu do local e disse que retornaria por volta de 17h.
Fernando então voltou a fazer contato com a Polícia Federal que montou uma operação dentro do Centro Administrativo.
“Próximo das 17h mandaram novamente uma mensagem perguntando onde íamos nos encontrar. Eu disse que estava em reunião, eles não esperaram e subiram. Foram para minha sala novamente e então começaram com ameaças de morte. Um deles dizia ser integrante do PCC. Me deram meia hora para ir em casa buscar esse dinheiro que não existe e então, quando estavam saindo a PF conseguiu efetuar a prisão dos quatro”, contou Fernando.
Os homens foram conduzidos à Delegacia da Polícia Federal em Divinópolis, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante pelo crime de extorsão.
Ainda na coletiva, o senador Cleitinho Azevedo disse que irá propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar como essa quadrilha tinha informações privilegiadas dentro do Ministério da Cultura.
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