Chapa do Movimento Rebele-se é eleita para diretoria da ARES ABC

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ARES ABC realiza seu 4º Congresso em Santo André para  eleger nova diretoria e debater as questões urgentes da conjuntura, reforçar a luta estudantil no combate ao desmonte da educação e ao fascismo e pelo livre acesso à universidade

Movimento Rebele-se São Paulo


EDUCAÇÃO – No dia 28 de outubro de 2023, foi realizado na Escola Estadual Doutor Américo Brasiliense em Santo André, o 4° Congresso da Associação Regional dos Estudantes Secundaristas do Grande ABC, que contou com a participação de mais de 150 estudantes das 7 cidades da região, que ao longo do dia debaterem como organizar a luta dos estudantes secundaristas no próximo período.

A mesa de abertura contou com a participação de militantes da educação como Isabella Gandolfi, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), aliados da entidade como Hainra Asabi, que representou o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), Ricardo Alvares, vereador de Santo André, e Ana Nice, vereadora de São Bernardo, além de movimentos sociais como o Movimento de Mulheres Olga Benario, representado pela Luiza Fegadolli, e Vitor Zack da União da Juventude Rebelião (UJR). As falas reconheceram o papel que os estudantes cumpriram no último período no enfrentamento ao projeto de desmonte da educação e da derrota do fascista Bolsonaro nas eleições, com ampla participação dos estudantes nas mobilizações de rua e na campanha que ampliou a participação dos secundaristas nas eleições.

A mesa seguinte debateu a conjuntura, o enfrentamento às privatizações no estado de São Paulo encabeçadas pelo governador Tarcísio de Freitas e a luta pela revogação do Novo Ensino Médio. A 1° vice-presidente da UNE, Isis Mustafá, defendeu que os estudantes se posicionem contra o genocídio palestino que o Estado de Israel tem promovido em Gaza.

A estudante Ana Leite, de Mauá, defendeu: “Precisamos colocar os estudantes em movimento e ocupar as ruas denunciando o governador fascista do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que quer privatizar a água e o transporte público, que está destruindo a educação pública retirando os materiais didáticos da escola, cortando 9 bilhões da educação e fechando o ensino noturno em várias cidades. Precisamos também de pressão nas ruas para revogar o Novo Ensino Médio (NEM) e garantir que o novo projeto de lei apresentado pelo governo federal seja aplicado em todas as escolas com a participação dos estudantes!”.

Ao longo da tarde, formaram-se grupos para debater temas como: combate ao assédio nas escolas, saúde mental, fim do vestibular, 10 anos das jornadas de 2013, acesso à cidade, próximos passos para revogar o NEM e construção dos grêmios estudantis.

Durante o debate de combate ao assédio, a estudante Maria Clara, da ETEC Lauro Gomes, relatou: “O assédio ainda é muito presente nas escolas, o que faz com que as estudantes não consigam se sentir seguras e até mesmo abandonem a escola. Na minha ETEC um professor assediou diversas alunas ao longo dos últimos anos, e nós juntas com a ARES reunimos numa assembleia mais de 250 alunas, e aprovamos uma manifestação que paralisou a escola e afastou o professor que agora está sendo julgado na justiça. Só a organização das mulheres é capaz de promover uma escola segura, onde a gente possa estudar sem medo e ser respeitada”.

A plenária final aprovou por unanimidade as propostas formuladas nos grupos de debates que reforçam a luta estudantil no próximo período, combatendo o desmonte da educação, o fascismo nas escolas e a defesa do livre acesso à universidade.

No momento da defesa de chapa para a próxima gestão, a presidente do Grêmio Voz Ativa da E.E. Delcio e candidata à vice-presidência pela chapa do movimento Rebele-se, Jade Mendes defendeu: “É muito significativo ter duas mulheres pretas ocupando a presidência de uma entidade estudantil! Num estado onde a violência policial e o racismo ainda são presentes contra a juventude, com a Polícia Militar entrando na sala de aula pra coagir e prender estudantes, precisamos de grêmios estudantis combativos que lutem contra a tutelação e perseguição da Secretaria de Educação, e possam organizar nas escolas grêmios que deem poder aos estudantes que seja representativo e possa conquistar a educação que queremos”.

O plenário elegeu a chapa do movimento Rebele-se para compor a nova diretoria da entidade para o mandato dos próximos dois anos, com lideranças das escolas públicas, privadas e técnicas da região, sendo Ana Leite, estudante do Colégio Barão de Mauá em Mauá, como nova presidenta, Jade Mendes, estudante da Escola Estadual Professor Delcio Souza Cunha em Diadema, como vice-presidenta, e o Pedro Gomes, estudante da ETEC Lauro Gomes em São Bernardo, como secretário geral.

O congresso foi coroado com uma batalha de rima contando com a participação dos estudantes que desenvolvem a cultura Hip-Hop nas escolas e coletivos culturais, e organizada pela Júlia do coletivo Máfia das Minas e pelo MC Tio Brayan, lideranças do movimento cultural da região, defendendo que nossas escolas devem ser espaços da cultura popular.

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