Jovem descobre desclassificação do Enem na hora de ver a nota, e família entra na Justiça pedindo correção da prova

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Segundo Inep, ele foi desclassificado por levar caderno de questões para casa. Estudante alega que levou o caderno dentro do prazo permitido pelo exame. Leonardo Belo, estudante
Reprodução/RPC
A família do estudante Leonardo Belo, de Curitiba, entrou na Justiça pedindo que o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) corrijam a prova dele no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023.
Segundo o Inep, ele foi desclassificado por ter ficado com o caderno de questões. Pelas regras do Enem, entretanto, participantes podem ficar com o caderno se deixarem a sala nos 30 minutos que antecedem o término da prova, o que é caso de Leonardo.
Três estudantes do Mato Grosso também relataram o problema.
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Leonardo Belo contou que descobriu a desclassificação quando abriu o site do Inep para verificar a nota no exame. Uma candidata de Curitiba, que estava na mesma sala que ele, também enfrenta o problema. Leia abaixo.
A informação de que o caderno pode ser levado está sinalizado, inclusive, na primeira folha da prova.
Caderno de questões Enem
Reprodução/RPC
O estudante contou que foi um dos três últimos candidatos a deixar a sala de provas.
“Fiquei com o meu caderno de provas porque saí no horário permitido e quando eu fui sair, ninguém falou que eu estava saindo com o caderno no horário errado, que não era permitido, nada”, disse.
Conforme Leonardo, ao tentar acessar a nota quando o resultado foi divulgado, encontrou a seguinte mensagem:
“Desclassificado por não entregar ao aplicador o Caderno de Questões, exceto se deixar em definitivo a sala de provas nos 30 minutos que antecedem o término do Exame”.
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Leonardo quer se inscrever no Sisu, mas prazo acaba quinta (25)
Leonardo tinha se planejado de usar a nota do Enem para se candidatar à uma vaga no curso de Ciência da Computação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Sem a nota do exame, ele não poderá se inscrever. O prazo termina nesta quinta-feira (25).
“Acho injusto ele ter estudado o ano inteiro, ter se dedicado e não ter nem o direito de ter as provas corrigidas”, disse a mãe Andrea Belo.
Leonardo Belo
Reprodução/RPC
Pedido na Justiça
A advogada da família de Leonardo, Melani Gabarno, conseguiu na Justiça uma tutela antecipada para que o Ministério da Educação corrija as provas de Leonardo, ainda que na pendência de uma confirmação posterior, e promova a inscrição dele no Sisu.
A advogada pediu, ainda, em outra ação, que o Inep, mostre a ata de encerramento da prova na sala de Leonardo para comprovar que ele terminou o exame e levou o caderno perto do prazo final.
“O principal problema em relação ao Enem e ao Sisu é o curto prazo de tempo entre a divulgação do resultado e o início e término das inscrições do Sisu e também o perigo desta demora, o prejuízo que ele vai ter, caso não consiga concluir a inscrição no sistema”, disse a advogada.
Candidata da mesma sala também foi desclassificada
Julia Penteado, que quer uma vaga no curso de medicina, estava na mesma sala que Leonardo e também foi uma das últimas candidatas a terminar a prova. Ela também foi desclassificada.
Julia lembra que, durante a prova, houve uma intercorrência, quando a fiscal na sala errou em não avisar que faltavam 15 minutos para o encerramento.
Para compensar, ela conta que a fiscal deu aos três últimos candidatos 15 minutos além do prazo.
Julia Penteado
Reprodução/RPC
Contudo, a mensagem que Julia recebeu não é de entrega fora do prazo, mas de ter saído antes com o caderno de questões.
“Eu saí de lá tranquila depois de uma prova extremamente cansativa […] Foi decepcionante, foi injusta essa situação”, falou.
O que diz o Inep
O Inep informou, em nota, que os participantes foram eliminados por “descumprir uma das regras previstas no edital do Enem 2023”.
Sobre o pedido da família de Leonardo na Justiça, disse que foi notificado da liminar na noite de terça (23) e se manifestará nos autos do processo.
O g1 questionou o Ministério da Educação sobre o caso, mas não tinha obtido retorno até a última atualização desta reportagem.
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