‘É o novo normal’, diz prefeito de BH sobre temporal que atingiu cidade nesta terça-feira

Para ele, não há como fugir dessa realidade, se referindo às mudanças climáticas. Equipes da Urbel estão na Vila do Índio, em Venda Nova, onde casas foram inundadas e pinguelas, destruídas. Carro de Lorena Stephanie ficou prensado entre dois veículos
Henrique Campos/TV Globo
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), disse nesta quarta-feira (24) que o temporal que atingiu a capital mineira na noite desta terça-feira (23) “é o novo normal”. Para ele, não há como fugir dessa realidade, se referindo às mudanças climáticas que o país vem enfrentando.
“O que aconteceu ontem é o novo normal. Não adianta a gente querer fugir dessa realidade. Tivemos uma chuva muito forte em todas as áreas da cidade e a cidade acabou respondendo adequadamente. Tivemos alagamentos em algumas ruas, mas não tivemos nenhuma vítima. Isso é muito importante”.
Mesmo com inundações registradas em vários pontos da cidade, principalmente nas regiões de Venda Nova e Centro-Sul, Noman fez uma análise positiva com relação às obras de contenção de alagamentos.
“Só para vocês terem uma ideia, na região da [Avenida] Tereza Cristina (Região Oeste), tivemos o maior volume de chuva concentrada no período, que foram 91 milímetros de água, e lá nós não tivemos nenhum problema na Tereza Cristina, onde tivemos menos problema de chuva. Tivemos problema na Pampulha, tivemos problema em Venda Nova, tivemos problema na Centro-Sul”, disse.
Carros são arrastados por enchente no bairro São Bento, em BH
Veículos foram arrastados pela enchente no bairro São Bento, na Região Centro-Sul
Reprodução/Redes sociais
Vila do Índio
A Vila do Índio, em Venda Nova, foi uma das mais afetadas. A comunidade abriga cerca de dois mil moradores em 600 casas. Equipes da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) estão vistoriando o local.
Segundo o prefeito, casas foram inundadas e pinguelas foram destruídas.
Árvores
Sobre as quedas de árvores – ele informou que houve cerca de 20 –, Noman falou que o serviço de poda da prefeitura é realizado de forma permanente.
“O serviço de poda de árvores em Belo Horizonte é permanente. Árvore talvez seja o único fenômeno de derrubada de árvore que não tem como prever. Nós tivemos 85 km/h de vento ontem. Derruba qualquer árvore. (…) Nós tivemos [a queda] de 20 árvores, mais ou menos”, disse.
Ele contou ainda que não há como prever esse tipo de queda.
Ajuda financeira
Noman disse que em julho do ano passado encaminhou três projetos de empréstimo para a realização de obras de prevenção de inundações para a Câmara Municipal, mas ainda não foram apreciados.
Em nota, o presidente da Casa, Gabriel Azevedo (sem partido), disse que “nenhum desses empréstimos envolve as regiões mais afetadas dessa vez, como a Centro-Sul”.
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Henrique Campos/TV Globo
Contagem
Contagem instaurou o Gabinete de Crises por causa da chuva. O volume de água esperado era cerca de 60mm, mas em seis horas choveram 89,6mm.
O número de ocorrências chegou em 35, sendo 260 pessoas afetadas. Os danos causados foram em torno de mais de 16 em que os agentes, por exemplo, tiveram que bloquear a Avenida Tereza Cristina. Na Vila Bonanza, o córrego da Avenida Posto Guanabara, transbordou e atingiu várias casas. A Defesa Civil contou com o apoio dos bombeiros e um idoso foi encaminhado para passar a noite no abrigo.
O Beco 25 (Avenida João Gomes Cardoso), regional Ressaca, a lâmina-d’água subiu na altura de janelas de casas próximas, as vítimas ficaram temporariamente sem conseguir sair do local. A Defesa Civil esteve presente e iniciou a retirada das pessoas que estavam no local. Uma idosa, duas crianças foram afetadas. Cerca de sete casas foram tomadas pelas chuvas nesse local.
Ocorreu também o transbordo na Avenida João Gomes com Avenida Severino Ballesteros, e tivemos alto volume de água na Avenida Águas Marinhas e também Princesa Izabel, na regional Ressaca.
Também no bairro Chácaras Del Rey, na Rua Paineiras, quatro casas foram atingidas e dez adultos e uma criança foram para casa de parentes e outros dois moradores optaram em permanecer no local.
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Na Rua Cinco, mesmo bairro, na altura do número 30, uma casa foi atingida pela água que chegou a subir de 1 metro de altura por causa da falta de drenagem e a residência estar abaixo do nível da rua. Também na mesma rua e no número 55, ocorreu um desabamento parcial de muro, atingindo telhado e varanda de uma residência, sem vítimas.
Já na Rua Conceição de Oliveira com Rua da Ligação, no bairro Vale das Orquídeas, a lâmina-d’água chegou a 1,5m, o que afetou o córrego Bom Jesus que transbordou, tendo a lama atingido cerca de 40 moradias do local.
Na região da Sede (Centro), o córrego na Avenida Gil Diniz também desbordou, sem vítimas. O comando dos Bombeiros, o Batalhão de Contagem, que atende toda a região metropolitana, estão com um alto número de ocorrências, as demandas já foram registradas e pautadas também para a equipe.
A Defesa Civil está se deslocando para as casas que tenham sofrido alagamento e fará também a distribuição de hipocloritos, colchões e cobertores. A instituição continua fazendo o levantamento das áreas afetadas pela forte chuva e está em ação com equipes nas oito regionais.
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