‘Carro voador vai transformar o transporte de passageiros nas grandes cidades’, diz presidente da Embraer

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Em entrevista exclusiva para a TV Vanguarda, Francisco Gomes Neto falou sobre a recuperação da empresa pós pandemia e sobre os projetos para o futuro. Confira a entrevista do presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto
Foram três anos de turbulências para a Embraer. A pandemia de Covid-19 fez muitos estragos no mercado de transporte aéreo internacional e, consequentemente, derrubou as vendas de novos aviões.
Ainda em 2020, outro baque: a Boeing desistiu do acordo para a compra da área de aviação comercial e foi preciso uma mudança de rota da empresa brasileira para superar a crise.
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Em entrevista exclusiva para a TV Vanguarda, o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse que a empresa já conseguiu se recuperar desse momento ruim e que projeta um crescimento para os próximos anos.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Vanguarda: Embraer foi muito impactada pela pandemia e pelo fim do acordo com a Boeing. Dá para dizer que o pior já passou para a Embraer?
Com certeza. A Embraer fez um trabalho excelente de recuperação após essas duas crises que nós enfrentamos, que foi a pandemia e o cancelamento daquela parceria com a Boeing. Mas eu posso dizer que a Embraer sai fortalecida dessa situação com uma perspectiva muito positiva de crescimento para este e para os próximos anos. A Embraer vai voar mais alto nos próximos anos.
Veja a entrevista do presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto
Vanguarda: Mas a empresa ainda enfrenta alguns reflexos da pandemia, não? O A dificuldade para conseguir algumas peças tem atrasado a entrega de aviões?
Enfrenta sim. Houve uma melhora em 2023 em relação a 2022, mas a gente ainda teve muitas dificuldades em obter todas as peças e os componentes para entregar os aviões que estavam programados para ser entregues. A gente espera que essa situação melhore para 2024.
Unidade da Embraer no aeroporto em São José dos Campos
Divulgação/Embraer
Vanguarda: No ano passado, o BNDES financiou a exportação de 67 aeronaves da Embraer. Um recorde. Como a política de financiamento governamental ajuda a empresa nas vendas?
O financiamento é uma ferramenta muito importante para os clientes que compram os aviões da Embraer. As empresas utilizam isso para poder otimizar o capital de giro e o fluxo de caixa das suas operações. Além disso, todos nossos concorrentes contam com crédito para exportação. Então, esse apoio do governo brasileiro é fundamental para garantir o desenvolvimento da indústria aeronáutica.
O setor gera milhares de empregos de alto nível, de alto valor agregado. E as vagas não são só na Embraer, são em toda a cadeia de fornecedores. Isso ajuda milhares de famílias brasileiras a melhorar sua renda e sua qualidade de vida.
Novo projeto quer alavancar setor industrial
Vanguarda: A Embraer também captou R$ 1,5 bilhão do BNDES para ajudar no desenvolvimento de produtos e para inovação. Como isso tem sido usado?
Além do financiamento a exportações, o BNDES é um promotor da inovação no país. E a inovação é fundamental no nosso setor. A Embraer tem inúmeros programas de investimento em inovação e tecnologia. Estamos desenvolvendo novos sistemas de propulsão para os aviões e projetos para aumentar a autonomia de voo.
Outro exemplo é o eVTOL (sigla em inglês para “veículo elétrico de pouso de decolagem vertical”), onde o BNDES teve uma participação importante com apoio e financiamento.
Conceito do eVTOL da Eve, subsidiária da Embraer
Divulgação/Eve
Vanguarda: O eVTOL é uma aposta da empresa para os próximos anos. O senhor acredita que ele será um sucesso de vendas?
Com certeza. O eVTOL é aquilo que a gente chama de inovação disruptiva. É um produto que, na nossa opinião, vai transformar o transporte aéreo de passageiros nas grandes cidades. A Embraer está aportando todo o seu conhecimento e experiência em desenvolver, certificar e produzir aviões neste projeto. E a gente espera entrar em serviço com esses carros voadores até o final de 2026.
C-390 da Embraer
Embraer/Divulgação
Vanguarda: A área de defesa foi outra que trouxe bons resultados para a Embraer no ano passado, com o KC-390 conquistando novos mercados. Existem negociações com outros países para mais vendas do avião militar?
O KC é um produto de alta tecnologia e, dentro do segmento dele, é o produto mais moderno que tem no mercado. E vem sendo cada vez mais reconhecido pelos clientes no mundo todo. Além da Força Aérea Brasileira, já vendemos o KC para a Força Aérea Portuguesa, depois para a Hungria e, mais recentemente, para Holanda, Áustria, República Checa, e Coreia do Sul. Temos, sim, várias outras negociações em andamento e estamos muito otimistas para novas vendas do KC-390.
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