Um dos presos suspeitos de matar indígena da etnia pataxó por causa de disputa de terras na Bahia é policial militar reformado

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Crime aconteceu na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, na zona rural do município de Potiraguá, no sul do estado. Um dos presos suspeitos de matar indígena da etnia pataxó por causa de disputa de terras na Bahia é policial militar reformado
Um dos homens presos em flagrante suspeitos de matar a tiros uma indígena da etnia pataxó e da tentativa de homicídio contra um cacique no domingo (21), é um policial militar reformado. O crime aconteceu na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, na zona rural do município de Potiraguá, no sul do estado.
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Nesta terça-feira (23), ele está preso no Batalhão da Polícia Militar de Itabuna, município que também que fica no sul da Bahia. O outro suspeito é um fazendeiro, que segue preso no Conjunto Penal de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado.
A indígena que morreu foi identificada como Maria Fátima Muniz de Andrade e o cacique baleado como Nailton Muniz Pataxó. Ele foi atingido no rim e passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga, cidade a cerca de 69 km de Itapetinga.
Depois do procedimento, o cacique foi transferido para um outro hospital. O nome da unidade de saúde não foi divulgado por questão de segurança.
Os indígenas fizeram um reforço de segurança da Força Nacional. No entanto, até o início da tarde desta terça, ainda não recebeu resposta.
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Outros indígenas ficaram feridos na ação, entre eles uma mulher que teve o braço quebrado. Eles foram hospitalizados, mas não correm risco de morte.
Na segunda-feira (22), uma comissão, liderada pela ministra Sonia Guajajara, visitou a Bahia para acompanhar a investigação do ataque. Nesta terça (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocou à disposição para encontrar uma solução “pacífica” sobre disputa de terras que terminou com morte da indígena.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), a situação aconteceu durante a ação de um grupo intitulado Movimento Invasão Zero. Já o Ministério dos Povos Indígenas afirmou que o ataque aconteceu por causa de disputa de terras entre indígenas e fazendeiros.
Ainda de acordo com o MPI, cerca de 200 ruralistas da região se organizaram através de um aplicativo de mensagens e convocaram os fazendeiros e comerciantes para recuperar por meios próprios, sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20). Eles teriam cercado a área com dezenas de veículos.
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Além dos fazendeiros que foram detidos, um indígena que portava uma arma artesanal também foi preso. Segundo a Polícia Militar, um ruralista foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável.
Quatro armas de fogo encontradas com os fazendeiros foram apreendidas e encaminhadas para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O caso é investigado pela delegacia de Itapetinga e acompanhado pela Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste-Sul)
A Secretaria da Segurança Pública determinou o reforço, por tempo indeterminado, do patrulhamento ostensivo na região.
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