Presidente da Petrobras nega intervenção do governo e diz que há ‘transparência total’ em nova política de preços

Jean Paul Prates disse que Lula não interferiu na nova estratégia. Especialistas e agentes do mercado têm apontado falta de transparência nas regras anunciadas pela empresa nesta terça. Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em entrevista à imprensa
TV Globo/Reprodução
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negou nesta terça-feira (16) que a nova estratégia da companhia para estabelecer o preço dos combustíveis seja uma interferência do governo.
Ele também refutou a tese de que a nova estratégia é menos transparente que a política de Preços de Paridade de Importação (PPI), abandonada oficialmente nesta terça pela empresa.
“Não há intervenção absolutamente nenhuma. O presidente Lula, quando fez a campanha, ele disse isso que eu estou dizendo aqui. Não faz sentido um país lutar pela autossuficiência, não faz sentido Getúlio Vargas e todos os outros lutarem para ter parque de refino e, depois, a gente praticar o preço importado, como se a gente importasse tudo 100%”, afirmou Prates.
“Não há intervenção nesse sentido de dizer assim: ‘bote o preço assim’. Não, os instrumentos competitivos da Petrobras, os instrumentos de rentabilidade, de garantia de financiabilidade da companhia estão integralmente garantidos”, completou.
Especialistas em setor de óleo e gás e agentes do mercado financeiro têm apontado falta de transparência sobre o que foi informado até aqui pela Petrobras sobre sua nova estratégia de precificação dos combustíveis.
“Em resumo, a nova política tira transparência dos preços e permite que a empresa faça qualquer coisa”, afirmou Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), ao g1.
Questionado por jornalistas, Prates negou. “Transparência total, tudo que nós estamos falando aqui, os componentes, estão no site da Petrobras e continuarão estando, naquele link lá dos preços”, respondeu o presidente da Petrobras.
Ele disse que a nova estratégia busca diminuir a volatilidade do preço dos combustíveis e dar maior previsibilidade ao consumidor.
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