Aniversário de SP: empresa aposta em reciclagem de uniformes e roupas para impactar indústria têxtil positivamente

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‘Retalhar’ da logística reversa transforma roupas que seriam descartadas em mochilas, brindes e cobertores. Iniciativa se conecta ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 9 da ONU. Jonas Lessa, de 32 anos, aprendeu em casa a importância de olhar para os problemas do mundo. Filho de ambientalista, na hora de escolher uma faculdade decidiu fazer gestão ambiental. Atualmente é um dos sócios à frente da Retalhar, empresa que atua no mercado corporativo, prestando soluções para descarte de uniformes profissionais e também no varejo de moda.
As peças recolhidas pela Retalhar viram desde mochilas e bolsas até edredons, que são entregues para pessoas em situação de rua.
A empresa existe há sete anos. A ideia surgiu durante a graduação de Lessa, que foi procurado por um amigo cuja família tem uma fábrica de uniformes. Eles se juntaram para implementar um departamento de sustentabilidade dentro da fábrica. O projeto deu certo, mas eles queriam fazer mais.
“Na prática, a gente tinha uma quantidade enorme de retalhos, ou seja, de resíduos têxteis, descartados no processo produtivo, que estavam sendo encaminhados para um aterro sanitário. Que simplesmente é uma grande área preparada para receber resíduos até que eles apodreçam e sumam dali, o que muitas vezes leva até 200 anos”, explica Lessa.
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Dessa inquietação surgiu o que hoje é a Retalhar. “Percebemos que, se fôssemos apenas uma das gavetas do setor de sustentabilidade de uma fábrica de uniformes, a gente teria um alcance muito limitado.”
A empresa já confeccionou mais de 34 mil produtos personalizados e produziu mais de 90 mil cobertores, que foram distribuídos para pessoas em situação de rua.
Para Lessa, pensar em uma lógica de cadeia reversa é um caminho inevitável. “A cidade cresceu e vivemos num ambiente moldado pela economia linear. Extrai o recurso natural, transforma em produto, vende, consome e descarta, não interessa como. Isso está nos soterrando em resíduos.”
O gestor ambiental explica que, quando se recicla uma roupa que está parada nos armários, há uma diminuição de recursos em várias frentes. “Se a gente diminuir a necessidade de plantar algodão, a gente vai reduzir a quantidade de água, de irrigação, do consumo de pesticidas que contaminam as águas, o solo e o ar. Tem benefícios para todas as partes.”
Retalhar
Divulgação
A empresa, que tem certificação B, se preocupa também em gerar empregos de maneira inclusiva e tem projetos de formação dentro de penitenciárias. Uma das funcionárias da empresa, Nataly Alves Dos Santos, é ex-detenta e conta que o trabalho na Retalhar foi um ponto de virada.
“Conheci o meu esposo trabalhando aqui e atualmente tenho uma bebezinha de cinco meses. Hoje em dia tenho minha casa própria. Graças a Deus, meus objetivos agora são só crescer cada vez mais.”
Por dentro dos ODS
Para as celebrações dos 470 anos da capital paulista, o Bom Dia São Paulo, o SP1, SP2 e o g1 exibem nesta semana uma série de reportagens sobre paulistanos que estão fazendo a diferença em cada uma das áreas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ajudando a tornar a cidade um lugar melhor e mais justo para todos.
Nesta reportagem, tratamos do ODS 9: construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Confira em detalhes o que ele estabelece:
9.1 Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e resiliente, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento econômico e o bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços acessíveis para todos
9.2 Promover a industrialização inclusiva e sustentável e, até 2030, aumentar significativamente a participação da indústria no setor de emprego e no PIB, de acordo com as circunstâncias nacionais, e dobrar sua participação nos países menos desenvolvidos
9.3 Aumentar o acesso das pequenas indústrias e outras empresas, particularmente em países em desenvolvimento, aos serviços financeiros, incluindo crédito acessível e sua integração em cadeias de valor e mercados
9.4 Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabilitar as indústrias para torná-las sustentáveis, com eficiência aumentada no uso de recursos e maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente corretos; com todos os países atuando de acordo com suas respectivas capacidades
9.5 Fortalecer a pesquisa científica, melhorar as capacidades tecnológicas de setores industriais em todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, inclusive, até 2030, incentivando a inovação e aumentando substancialmente o número de trabalhadores de pesquisa e desenvolvimento por milhão de pessoas e os gastos público e privado em pesquisa e desenvolvimento
9.a Facilitar o desenvolvimento de infraestrutura sustentável e resiliente em países em desenvolvimento, por meio de maior apoio financeiro, tecnológico e técnico aos países africanos, aos países menos desenvolvidos, aos países em desenvolvimento sem litoral e aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento
9.b Apoiar o desenvolvimento tecnológico, a pesquisa e a inovação nacionais nos países em desenvolvimento, inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre outras coisas, a diversificação industrial e a agregação de valor às commodities
9.c Aumentar significativamente o acesso às tecnologias de informação e comunicação e se empenhar para oferecer acesso universal e a preços acessíveis à internet nos países menos desenvolvidos, até 2020

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